Conhecida em boa parte do planeta pelos danos que causa para a agricultura, a lagarta da espécie Helicoverpa armigera foi confirmada na região. Pesquisadores da Embrapa Trigo e Universidade de Passo Fundo (UPF) identificaram a ocorrência da nova praga em 2012, no entanto a confirmação científica da espécie aconteceu apenas neste ano. Neste início de safra de soja, ovos e lagartas já foram detectados na região. Segundo especialista, ainda não há motivo para pânico, porém produtores devem reforçar o monitoramento da lavoura para realizar o tratamento no momento mais adequado em caso de ocorrência da lagarta.
O pesquisador da UPF Dr. José Roberto Salvadori é ponderado ao dizer que os ovos e lagartas encontrados logo após a emergência da soja não são exclusivamente de Helicoverpa armigera, mas também de outras lagartas que já ocorrem na região. No entanto, como a nova espécie é mais difícil de ser controlada, a orientação é de que os produtores que a identificarem devem iniciar o controle a partir dela. Muitos agricultores têm formação acadêmica ou técnica, bem como experiência, e podem identificar a nova praga, no entanto quando houver dúvida é indicado consultar a assistência técnica para adequar o manejo. A partir disso devem ser definidas as estratégias.
O controle da nova praga pode ser feito com produtos que já existem no mercado e o auxílio de uma assistência técnica permitirá definir qual o melhor produto e também a dose mais adequada para o problema. “Deve-se evitar o pânico. Não podemos criar qualquer situação desse tipo em relação a praga porque isso só atrapalha. É uma praga nova, precisa ser manejada de acordo com as suas características, mas é questão de manter a cautela. Não se pode também negligenciar. O agricultor tem de monitorar. Acompanhar a lavoura e verificar diretamente nas plantas se tem ovos ou lagartas”, reitera.
Manejo preventivo
Embora a possibilidade de uma aplicação de inseticida preventiva exista, este não é o manejo mais adequado, segundo Salvadori. Quando se aplica esse tipo de defensivo antecipadamente, além de não se saber contra qual praga irá se defender, há a possibilidade de a lavoura não ser atacada no período de carência do produto e com isso se desperdiçar tempo e dinheiro. Para o pesquisador, o mais indicado é a aplicação do defensivo no momento correto, principalmente quando a lagarta é pequena e está mais suscetível a ação do produto. “Quanto mais ela crescer, mais tolerante ela ficará ao mesmo inseticida e serão necessárias mais doses e mais fortes”, justifica o pesquisador.
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