O limite das perimetrais

Sem alternativas para desvio do trânsito central, perimetrais recebem maior fluxo de veículos, causando mais acidentes e vítimas fatais

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Passo Fundo é a maior cidade do Norte do Rio Grande do Sul. É um importante polo rodoviário, por onde cruzam as principais estradas de ligação norte-sul (BR 153)e leste-oeste (BR285), ligando-se a Porto Alegre pela BR-386 e RS-324. As Perimetrais Rooviárias Leste e Sul foram construídas há quase 30 anos, durante o governo do engenheiro Fernando Machado Carrion, para retirar do centro o trânsito de veículos pesados que, na época, passavam pela Avenida Brasil inviabilizando o desenvolvimento da cidade. Naquela época, o município tinha pouco mais de 40 mil veículos emplacados. Quase 30 anos depois, a frota oficial de Passo Fundo já supera os 101 mil para uma população de quase 185 mil pessoas. Considerando os veículos da região que transitam na cidade diariamente, a estimativa é que a circulação seja superior a 135 mil. Com mais carros, somam-se mais infrações, acidentes e, infelizmente vitímas fatais.

Somente no mês de novembro deste ano, foram três acidentes que deixaram seis mortes na Perimetral Leste. Cinco pessoas morreram no tombamento do ônibus de turismo de Nova Prata no dia 3. O último ocorreu no final da tarde desta terça-feira (26), vitimando um dentista passo-fundense, que morreu preso às ferragens do seu carro. Segundo levantamento do 1º Batalhão Rodoviário da Brigada Militar, o número de acidentes na Perimetral Sul ERS 324 (km 109 a 118) aumentou 30% em 2013 (até o dia 27 de novembro) em relação ao ano de 2012. Neste trecho, dobraram as ocorrências com lesões corporais e vítimas fatais. Na Perimetral Leste ERS 135 (km 0 a 4), os acidentes com mortos triplicaram em 2013.

Perimetrais

O ex-prefeito Fernando Carrion, explica que o aumento da frequência das ocorrências neste trechos se deve à confluência do tráfego pesado com o trânsito da cidade. " Estas rodovias foram criadas para desviar o trânsito da cidade", explica. Nestes anos, a cidade aumentou e as perimetrais não sofreram alterções em relação ao seu projeto original: são apenas duas pistas, poucos refúgios e em praticamente 100% da extensão são das duas perimetrais não há acortamento, aumentando significativamente a falta de segurança para os motoristas, moradores e funcionários de empresas que foram se instalando às suas margens.

A perspectiva , conforme o engenheiro é que o problema se agrave nos próximos anos. "Além do trânsito ser caótico do perímetro urbano, o contorno da cidade também precisa de investimentos. A previsão para 2029, daqui 15 anos, é que a frota ultrapasse a 360 mil veículos". A alternativa, conforme o ex-prefeito, é investir em novos aneis viários, como os já construídos na cidade de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. "Há 15 anos a cidade já havia construído seis aneis viários. Passo Fundo precisa urgente deste tipo de investimento", afirma.

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