Os contrastes no Ciep Wolmar Salton

Os últimos dois ataques ocorreram num intervalo de apenas dois meses.

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No lado externo, dezenas de vidros estilhaçados e paredes com sinais de pichações. No lado interno, um ambiente amplo com estrutura e material pedagógico disponível em poucas escolas da rede pública no estado. Alvo frequente de vandalismo e arrombamentos, a escola estadual de ensino fundamental Ciep Wolmar Salton, no bairro Bom Jesus, convive com este contraste há duas décadas.

Os últimos dois ataques ocorreram num intervalo de apenas dois meses. No mais recente, registrado no final da semana passada, ladrões estouraram uma das janelas do corredor e tiveram acesso à cozinha. De lá, furtaram carne destinada para a merenda dos alunos, produtos de limpeza e uma folhagem. Só não levaram o liquidificador porque o aparelho ficou preso no vão da janela. Durante dois dias, a merenda dos cerca de 200 alunos teve de ser improvisada com sanduíches, bolachas e achocolatado.

O prejuízo ainda maior para os estudantes aconteceu no mês de setembro com o furto dos 27 netbooks doados através do Programa Província de São Pedro. Os equipamentos foram entregues no final do ano passado pelo governo do estado como parte do processo de inclusão da linguagem da tecnologia digital nas escolas. O educandário foi o primeiro do município beneficiado pela iniciativa. Até agora, a polícia conseguiu encontrar apenas um aparelho.

Casos como estes fazem parte da rotina do Ciep. Enquanto dá detalhes dos arrombamentos, a diretora, Seli Feja, retira do armário uma pasta onde costuma arquivar os boletins de ocorrência. “São mais de 100. O primeiro arquivamento é de 1997” comenta a professora, que trabalha na escola desde 1994, um ano após a inauguração, e está no comando da direção há 12 anos. Nestas duas décadas, lembra de situações inusitadas, como o dia em que precisou ir até a residência de um morador do bairro buscar o portão da escola que havia sido furtado. “Outra vez, eles escalaram o prédio principal, passaram pelo telhado e foram até o pátio central. Quando chegamos, as paredes estavam todas pichadas” recorda, dizendo ter recebido muitas ameaças também.

Sem vigia permanente para auxiliar na segurança, o Ciep dispõe apenas de um monitor com carga horária de 20 horas. Uma câmera de monitoramento doada pela Receita Federal auxilia no controle de entrada e saída de pessoas do prédio. Parte das salas é protegida com cadeados e grades. Com o furto da tela ao redor do prédio, o acesso ao pátio é aberto. “Muitas vezes encontramos animais, principalmente cavalos, pastando no pátio. É preciso fazer a retirada das fezes para as crianças poderem brincar” relata a diretora. 

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