"Passo Fundo é a pedra angular da minha história no RS"

Violonista Lucio Yanel participou de show em sua homenagem na programação de quinta-feira no XVI Rodeio Internacional

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Aos 68 anos, o músico Lucio Yanel continua formando discípulos de uma escola de violão que ele trouxe na bagagem e difundiu principalmente no Rio Grande do Sul, quando decidiu trocar a Argentina pelo Brasil, no início dos anos 80. O mais novo deles, de uma lista que inclui nada menos  do que Yamandu Costa,  é Gabriel Selvage. Natural de Não Me Toque, mas residindo atualmente em São Paulo, o músico, de 25 anos, decidiu montar um show interpretando as obras do mestre.

Batizado de Yanel – Flor y Truco, o  projeto iniciou por Passo Fundo, quinta-feira à noite, no palco do XVI Rodeio Internacional, e contou com a participação especial de Lucio.  A escolha da cidade para a largada de uma iniciativa que deve render, além de diversas apresentações,  um CD e um DVD no primeiro semestre de 2014, não poderia ser mais apropriada. Yanel considera Passo Fundo a porta de entrada de sua música no estado. Uma história que o acaso se encarregou de escrever, a partir da amizade dele com Algacir Costa, pai de Yamandu.

 “Em 1982, após a guerra das Malvinas, a  Argentina estava em crise econômica, também não havia clima para shows. Não tinha espaço para trabalhar. Muitos artistas  partiram para a Europa, como eu já havia morado em São Paulo nos anos 70, inclusive, tive um restaurante lá, decidi voltar. Quando alguns amigos descobriram que eu passaria pelo Rio Grande do Sul, pediram que eu entregasse alguns discos e partituras para uma pessoa chamada Algacir Costa, em Passo Fundo. Cheguei numa noite gelada, 14 de julho de 82, lembro bem porque era aniversário do meu pai. Passo Fundo é a pedra angular da minha história no Rio Grande do Sul, foi aqui que tudo começou” recorda.

Logo na chegada, o anfitrião tratou de arrumar trabalho para o amigo que acabara de conhecer.  Yanel se apresentou em uma das noites da primeira e única edição do festival Carreta da Canção, e não parou mais. O virtuosismo e o estilo do músico impressionaram. “Arrumei trabalho para seis meses. Fui ficando e nunca mais saí do Rio Grande do Sul. São Paulo está até hoje me esperando” conta, lembrando que chegou a montar uma escola de violão no centro da cidade com o amigo.

“Algacir era um estudioso do folclore argentino, um multinstrumentista, dono da maior estrutura de shows para a época, viajou o Brasil todo” recorda. Sobre a influência de seu estilo na formação musical de Yamandu, o argentino, natural de Corrientes, se diz orgulhoso. “Quando criança dormia nos pelegos ouvindo a gente. Desde bebê já viajava com o pai. Respirava música o tempo todo. Era algo intrínseco na pele dele. Se criou comigo até os 18 anos. Sinto muito orgulho disto” afirma.

Yanel também não poupa elogios ao falar do novo pupilo. “Gabriel tem um domínio total do instrumento. Lembro  de quando tudo começou até agora. Não me dei conta das sementes que ajudei a semear. Me enche de felicidade ver essa gurizada tocando tão bem” diz emocionado.

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