Assim como a Páscoa, índios caingangues aproveitam a passagem do natal para aumentar a renda com a venda de artesanatos em Passo Fundo. A movimentação de indígenas, principalmente das reservas de Charrua e Nonoai, cresceu nas últimas duas semanas na cidade. Os grupos montaram acampamento às margens do rio Passo Fundo, fundos da rodoviária. Setembrina Pinto, 35 anos, deixou a reserva de Nonoai, com o marido e os quatro filhos há duas semanas. Sentada em frente ao barraco improvisado com pedaços de lona, ela confecciona pequenos cestos com filetes de taquara trançada. “Faço uns 10 deste por dia. Conseguimos vender de quatro a cinco, é muito pouco” comenta a indígena, que pela primeira vez veio a Passo Fundo tentar vender seus produtos.
Marivone da Silva, 39 anos, chegou mais cedo com o marido e as três filhas. Eles deixaram a reserva de Charrua há um mês, mas também reclamam da pouca procura pelos produtos. “Na Páscoa a gente consegue vender mais” compara. A família pretende retornar para a reserva logo após o natal. Sem apoio, os índios acampados no local dependem da venda do artesanato ou da solidariedade das pessoas para aquisição de alimentos.