O número de argentinos passando por Passo Fundo em direção ao litoral catarinense já teve um incremento de, pelo menos, 20%, mesmo para um período em que o fluxo de veículos do país vizinho não costuma ser tão expressivo. Segundo o chefe da 8ª Delegacia da Policia Federal Volnei Borges essa é uma característica dos vizinhos argentinos, que procuram passar o Natal no seu país de origem. Após o período natalino a tendência é que o movimento registre índices mais elevados, já que as famílias procuram o litoral catarinense para passar o final de ano. Nesse ano, o número ainda é considerado baixo, com a soma total de 200 veículos estrangeiros desde o início do mês, mas apresenta 20% de elevação em relação ao mesmo período do ano passado.
As políticas econômicas impostas pelo governo argentino também tem sido um dos fatores que reduziu o fluxo de estrangeiros nas rodovias da região no verão passado. A redução aconteceu em 2012, quando o número de veículos não passava de 10 por dia, e totalizou desde o início de dezembro até a primeira quinzena, cerca de 185 veículos e, o somatório final havia chegado a 946 carros. Índices bem abaixo em relação ao mesmo período de 2011, que registrava um trafego de cerca de 2 mil veículos diariamente. “A Argentina passa por momentos difíceis e possuí uma política que limita o valor que as famílias possam levar quando saem do país”, disse. O dólar, segundo ele, também é um fator preponderante que requer avaliação antes da viagem. De acordo com o presidente da Funzoctur Daniel Lé, o fluxo de veículos argentinos possui ciclos de elevação em períodos quinzenais após o Natal: na véspera da virada do ano, na segunda quinzena de janeiro e no início de fevereiro.
Fiscalização
A expectativa, conforme Borges é que o efetivo da fiscalização aumente cerca de 50% entre o próximo final de semana e o primeiro final de semana de janeiro. De acordo com ele, nesse período o fluxo de veículos tanto de origem argentina como locais aumentam expressivamente. No caso dos veículos argentinos os principais pontos observados e autuados são em relação ao excesso de velocidade, ultrapassagens proibidas e o não uso de sinto de segurança pelos passageiros do banco de trás. “O trânsito argentino possui características próprias e diferentes das brasileiras. Mas quando eles trafegam no Brasil não se adequam com a nossa legislação o que gera multas, já que são infrações que podem gerar graves acidentes”, comentou. Para mudar essa característica políticas de apresentação e adaptação das leis de trânsito brasileiras estão sendo trabalhadas pelo consulado no momento que os argentinos saem do seu país em direção ao Brasil. Borges explica que essa estratégia já apresentou resultados e minimizou os efeitos do tráfego estrangeiro nas rodovias.