Há 17 dias sem chuva, as lavouras de milho já demonstram sinais da falta de água e a cada dia sem precipitação aumentam os prejuízos no campo. Para esta sexta-feira já há indicativo de chuva, no entanto elas só devem chegar com boa distribuição entre o dia 31 de dezembro e 1º de janeiro. Um produtor da localidade de São João, às margens da ERS-324, já contabiliza uma perda de até 50% na área plantada. Em Informativo Conjuntural, a Emater Regional de Passo Fundo aponta que o padrão fitossanitário da cultura é bom, porém as plantas estão em estresse.
O agricultor Neivo Menegotto tem uma área de 30 hectares plantada na localidade de São João. As perdas variam entre 40% e 50%. Segundo ele, há mais ou menos 10 dias ocorreu uma pequena precipitação na área plantada o que ajudou um pouco, mas não resolveu o problema. A expectativa do agricultor era de colher até 12 toneladas do grão por hectare. Para isso investiu pesado em tecnologia. No entanto, com a falta de chuva o volume deve cair para aproximadamente seis toneladas por ha. “Isso se chover hoje e amanhã. A cada dia que passa a perda é maior. Ano passado tinha plantado milho e deu geada e matou o milho. Eu replantei e colhi em torno de seis toneladas por há”, conta. Na área de soja, por outro lado, a falta de chuva ainda não chegou a prejudicar.
Região
De acordo com o Informe Conjuntural da Emater Regional de Passo Fundo o milho encontra-se na fase de floração 40% e enchimento dos grãos 60%. O padrão fitossanitário da cultura é bom, embora as plantas estejam em estresse causado pela falta de chuva. O documento assinado pelo engenheiro agrônomo Cláudio Dóro destaca que produtores rurais estão procurando os escritórios municipais para realizarem vistorias prévias com vistas a comunicarem o seguro agrícola para posterior liberação para o aproveitamento residual como ração para os animais. Os preços do milho tiveram recuperação, impulsionado pela exportação aquecida, câmbio favorável e programas do Governo para incentivo ao escoamento. No balcão, o preço da cultura é de R$ 22,50 a saca.
Soja
O informativo da Emater salienta que a soja encontra-se na fase de desenvolvimento vegetativo 99% e floração 1%, com aspecto fitossanitário bom. Os tratos culturais (controle das invasoras e complementação de adubação) estão suspensos devido ao déficit hídrico e ao estresse que as plantas estão sentido. Os preços continuam sustentados, pelo quadro apertado de oferta e demanda e, principalmente da escassez de soja nos Estados Unidos. Além disso, há ainda a ameaça de um clima mais seco e quente na Argentina e também pela volta dos chineses ao mercado. A commodity tem sido vendida a R$ 65,00 a saca no balcão.