Chama-se de zumbido, a percepção consciente de um som que se origina nos ouvidos ou na cabeça do indivíduo, sem a presença de uma fonte externa que gere este som. De acordo com a revista americana Public Health Agency of America, o zumbido num grau severo é considerado o terceiro pior sintoma que pode acometer o ser humano, perdendo apenas para a dor e tontura intensas e intratáveis. Todas as outras situações como o câncer, paralisias, cegueira e surdez apareceram posteriormente nesta lista.
O zumbido não é uma doença, mas sim um sintoma que acompanha várias patologias ou desordens da orelha (externa, média ou interna), do tronco encefálico e do córtex cerebral. Além disso, cerúmen em excesso, exposição a sons intensos, doenças otológicas, podem determinar o aparecimento desse sintoma. Sabe-se que fatores emocionais, odontológicos, neurológicos, metabólicos, problemas na coluna vertebral, comumente relacionam-se à percepção do zumbido.
O zumbido pode se caracterizar pela sua frequência e intensidade. A frequência diz respeito a sons mais graves como o som das ondas do mar ou de uma cachoeira; ou mais agudos como um apito, um grilo ou o som de uma panela de pressão. Essas descrições são comumente feitas pelos pacientes. A localização do zumbido pode ser na cabeça ou nos ouvidos. Já a sua duração pode ser: constante, intermitente ou flutuante.
É importante saber que o zumbido nem sempre vem acompanhado de uma perda auditiva. Algumas vezes, o paciente relata uma hipersensibilidade aos sons que não é decorrente, necessariamente, de um limiar auditivo acima do normal, mas de uma tolerância reduzida a sons, o que provoca desconforto, irritação e até mesmo dor, em alguns casos. Em graus variáveis, esta hipersensibilidade aos sons pode incomodar o indivíduo em situações isoladas ou até mesmo incapacitá-lo para o trabalho ou vida social.
O tratamento do zumbido vai depender de uma investigação clínica criteriosa feita pelo médico. Dependendo da provável, ou prováveis causas, pode-se direcionar para um tratamento medicamentoso, para o uso de prótese auditiva, mudança nos hábitos alimentares e de vida, alguns profissionais oferecem a acupuntura e, mais recentemente a Terapia de Habituação do Zumbido.
A Terapia de Habituação do Zumbido é indicada pela American Tinnitus Association, sendo aplicada em diversos centros de atendimento ao paciente com zumbido ao redor do mundo. Tem como princípios básicos o enriquecimento sonoro diminuindo a diferença entre a percepção do zumbido e os sons do dia a dia. Dentro desta linha de tratamento o paciente deve saber que: se possível, evitar o silêncio e enriquecer o ambiente sonoro; evitar exposição a níveis sonoros elevados que resultem em incômodo ou desconforto prolongado; o zumbido não é uma alucinação auditiva, nem sinal de insanidade mental; geralmente não está relacionado com doenças graves ou deficiência auditiva incapacitante; a reação que se tem diante do zumbido é a “causa” do problema, sendo que esta reação pode ser modificada; a habituação ao zumbido pode ser alcançada; o zumbido sempre merece investigação médica e tem tratamento.