OPINIÃO

DAVOS e as expectativas

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Diante de um lotado auditório principal do Fórum Econômico Mundial, em Davos, a presidente Dilma Rousseff fez nesta sexta-feira um discurso moldado sob medida para a plateia formada por empresários e investidores, com a promessa de combate à inflação, responsabilidade fiscal e abertura a investimentos privados, principalmente por meio de parcerias público-privadas (PPP). "O controle da inflação e o equilíbrio das contas públicas são essenciais", afirmou Dilma durante o discurso de cerca de meia hora. "A estabilidade da moeda é um valor central do nosso país e não transigimos com a inflação", disse.


A presidente afirmou que a inflação permanece sob controle e que o objetivo do governo é a convergência da taxa para o centro da meta. "Nos últimos anos, perseguimos o centro da meta e trabalhamos para lograr a meta. Os resultados estão dentro do limite do regime monetário", disse. Ela citou uma melhoria das contas públicas e a redução constante da proporção da dívida pública em relação ao PIB nos últimos anos. "Acredito que temos uma das menores dívidas públicas do mundo", afirmou. A presidente lembrou os grandes projetos de infraestrutura necessários para reduzir o "gargalo de décadas, agravado pelo forte crescimento da demanda nos últimos anos" e afirmou que o país "precisa e deseja uma parceria com o investimento privado". Ela citou ainda o programa de concessões de estradas e aeroportos e afirmou que o país "respeita os contratos" e cria o ambiente necessário para atrair investimentos.

Para Joe Leahy, correspondente do "Financial Times" no Brasil, chamou de "ofensiva de charme sobre as corporações" da presidente Dilma Rousseff, na forma de seu comparecimento ao epicentro do mundo corporativo que é o encontro anual do Fórum Econômico Mundial? As respostas variam conforme o executivo com o qual você conversa. Os que acham que não funcionou preferem manter-se no anonimato, ao contrário dos que dizem que, sim, funcionou. Entre estes está o próprio criador e presidente do fórum, o professor suíço Klaus Schwab, para quem o discurso de Dilma foi surpreendentemente "market friendly", quando a maioria dos críticos toma a presidente por incorrigível estatista. Carlos Represas, presidente para América Latina da canadense Bombardier, diz que a presidente fez "um exaustivo apanhado das realizações do governo e de seus planos para o futuro.

Gostei muito".
O motivo do clima de desconfiança dos investidores internacionais, deve-se “contabilidade criativa” criada pelo governo para alcançar o superávit primário, bem como a intervenção do Governo nos contratos de concessão de energia elétrica e também na intromissão do Governo ao querer definir a Taxa de Retorno das empresas participantes nos processos de concessões de rodovias e aeroportos brasileiros. A Presidenta Dilma, ao fazer um discurso protocolar em DAVOS, optou pelo meio termo, dos que esperavam medidas drásticas ou até mesmo um discurso mais político. Ao optar por fazer qualquer anuncio da diretriz econômica brasileira em solo nacional, ela valoriza a nossa soberania e não repete o Governo FHC que fazia anúncios, no Brasil e em vários países para acalmar a banca internacional. O fato é que a oposição no Brasil não possui organicidade, e ao alimentar o terrorismo midiático de crise econômica, ao que tudo indica parecer ser a tábua de salvação da mesma, pois falta projeto, falta dizer qual é o plano, criar uma expectativa de mudança. Em minha opinião, mesmo que momentaneamente, a Presidenta Dilma começou ganhando 2014 em 2014. Agora se irá conquistar a reeleição é mais difícil prever.

Fonte: Folha; BBC Brasil

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