OPINIÃO

O príncipe

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Causou surpresa o fato de que o signatário tenha denominado a equipe de governo de Fernando Henrique (FHC) como quadrilha. Afinal, ao criticar Lula e a Petralha e FHC e quadrilha, seria o cronista do PMDB ou PSOL  ou, ainda Petebista ? Nada sou, orgulhosamente pertenço ao grupo que estranhamente não gosta de fazer parte de grupos. Esse aí, é o meu grupo.

FHC (pavão, segundo seus colegas universitários), tentou a Escola Militar e levou bomba duas vezes. Tentou Direito e, nova bomba. Foi cursar Filosofia, Ciências e Letras na USP. Tido como seguidor de Florestan Fernandes idolatrava Paulo Freire e a sua Pedagogia dos Oprimidos. Exilado após o golpe de 64 foi morar com mordomias no Chile. Em 69 foi expulso da USP e fundou o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento que receberia dinheiro da Fundação Ford (CIA). Em 94, ao ser lançado candidato à presidência do país, tinha um probleminha e uma ajudazinha. O problema era uma fazendinha em Buritis (MG) de sua propriedade e de seu amigo do peito Sérgio Motta declarada ao fisco por 2 mil dólares mas, que valia 400 mil dólares. A ajuda viera de Itamar Franco, André Lara Resende, Pérsio Arida e Winston Fritsch os verdadeiros mentores do Plano Real e cuja data de divulgação foi retrocedida em 3 meses para demonstrar que o autor seria o Ministro da Fazenda de Itamar (FHC), candidato à presidência.

O Plano Real foi denunciado como farsa eleitoreira porque estava montado sobre uma base falsa – a política cambial em que o real estava supervalorizado em relação ao dólar, o que facilitava importações e dificultava exportações, o que quebraria a indústria brasileira. Os empresários e agricultores não conseguiam dinheiro emprestado e isso gerava mais desempregos.

O banqueiro Andrade Vieira (Bamerindus) denunciou no ano de 2000 a arrecadação de 130 milhões de reais em 94 para a campanha de FHC para o chamado caixa 2. Houve crime fiscal e eleitoral, falsidade ideológica, corrupção eleitoral e evasão de divisas. Para a reeleição do príncipe, conhecido também como Fernando II, houve comprovação de compra de votos, oferta de cargos, anistia de dívidas e socorro a instituições financeiras (denuncias feitas pela CNBB).

As privatizações tucanas, ou as vendas de empresas nacionais a preços de bananas atingiram, entre outras, a CEEE, Eletropaulo, RGE, Bamerindus, Banespa, Banco Real e 12 empresas de comunicação da Telebrás, escândalos financeiros titulados como os leilões das teles, em que se misturavam especuladores estrangeiros e espertalhões brasilianos como Daniel Dantas, do Grupo Opportunity e sob o manto acolhedor de personalidades do governo como Sérgio Motta e Luiz Carlos Mendonça de Barros. Por que as denúncias não chegaram à patuléia? Porque as grandes empresas de comunicação do país participaram como concorrentes na perspectiva de obter o domínio daquilo que seria chamado de multimídia. Sobre as irregularidades denunciadas não houve investigação pois, o procurador geral da república da época, Geraldo Brindeiro (conhecido como Engavetador Geral da União) sobre 626 inquéritos criminais que recebeu, engavetou 242 e arquivou 217. FHC não soube responder a razão de que, se não havia nada de errado em seu governo porque Brindeiro sentara sobre os processos.

Os detalhes das negociatas que entregaram o patrimônio público aos estrangeiros estão condensados no livro O Príncipe da Privataria, de Palmério Dória, obra publicada apesar das ameaças remetidas ao editor.

Ai, meu Brasil. Imagina o que vai ser na Copa.

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