Restando menos de um mês para o Carnaval de Rua de Passo Fundo, o clima é de incerteza e insatisfação nas escolas de samba. O principal motivo do descontentamento está na demora do repasse da verba por parte da prefeitura às entidades carnavalescas. Revoltado com a situação, o presidente de uma delas já cogita desistir do desfile caso o dinheiro não seja liberado esta semana.
Presidente da Liga das Escolas de Samba de Passo Fundo, Jorge Duarte diz que pelo acordo firmado com a prefeitura, a primeira parcela deveria ter sido liberada ainda em 10 de janeiro, e a segunda em 10 de fevereiro, totalizando 80% de um total de R$ 60 mil. Os 20% restante seriam repassados somente em 10 de março, após o desfile. Duarte avalia como positiva a iniciativa da prefeitura em modernizar a estrutura do carnaval de rua, no entanto, diz que as escolas estão sendo penalizadas com o atraso e o parcelamento do recurso em três vezes. “Este atraso já prejudicou nosso carnaval. Não estão dando a mesma atenção para as entidades” reclama.
Com a missão de colocar entre 360 a 400 integrantes na avenida Sete de Setembro, o presidente da escola de Samba Academia do Samba Cohab I, Neri Airton Freitas Ribeiro diz que a preparação das alegorias será uma corrida contra o tempo. Segundo ele, a entidade já esgotou todos os recursos próprios adquiridos com promoções ao longo do ano. “Não temos como seguir adiante sem a verba da prefeitura. As pessoas que prestam serviços precisam receber. Não podemos ficar adiando” afirma. Experiente em desfiles, Neri também vê com bons olhos o investimento na estrutura na avenida, mas critica a falta de atenção com as escolas. “Investir em estrutura é importante, mas sem escolas fortalecidas de nada adianta. A escola é a razão de ser do carnaval e isto não está sendo levado em conta” protesta, ressaltando que as entidades terão de correr contra o tempo para conseguir confeccionar as alegorias.
Desfilando pelo segundo ano, a escola Unidos da Operária enfrenta o mesmo drama. Com os recursos obtidos em promoções durante o ano, a direção conseguiu montar a estrutura dos quatro carros alegóricos, mas a situação das alegorias é preocupante. Presidente da entidade, Edson Arantes diz que o trabalho está praticamente parado por falta de material e vai mais adiante. “Sem os tecidos não temos como trabalhar. Caso a verba não seja repassada esta semana, nossa escola não desfila mais” desabafa.
Desfile
Marcado para o dia 3 de março, na Avenida Sete de Setembro, o desfile inicia com a Corte do Carnaval e as escolas de samba do Grupo Especial. Pela ordem estabelecida, a Pandeiro de Prata abre os trabalhos, seguida por União da Vila, Acadêmicos do Chalaça, Academia de Samba da Cohab I, Bambas da Orgia e Unidos da Operária. Por fim, a escola Bom Sucesso, pelo Grupo de Acesso, encerra o evento.
A matéria completa você confere nas edições impressa e digital de O Nacional. Assine Já