Corrida contra o tempo

Escolas de samba criticam demora da prefeitura no repasse da verba para o carnaval de rua 2014

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Presidente da Unidos da Operária, Edson Arantes já cogita desistência da escola caso situação não seja resolvida nos próximos diasPresidente da Unidos da Operária, Edson Arantes já cogita desistência da escola caso situação não seja resolvida nos próximos dias
Presidente da Unidos da Operária, Edson Arantes já cogita desistência da escola caso situação não seja resolvida nos próximos dias
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Restando menos de um mês para o Carnaval de Rua de Passo Fundo, o clima é de incerteza e insatisfação nas escolas de samba. O principal motivo do descontentamento está na demora do repasse da verba por parte da prefeitura às entidades carnavalescas. Revoltado com a situação, o presidente de uma delas já cogita desistir do desfile caso o dinheiro não seja liberado esta semana.

Presidente da Liga das Escolas de Samba de Passo Fundo, Jorge Duarte diz que pelo acordo firmado com a prefeitura, a primeira parcela deveria ter sido liberada ainda em 10 de janeiro, e a segunda em 10 de fevereiro, totalizando 80% de um total de R$ 60 mil. Os 20% restante seriam repassados somente em 10 de março, após o desfile. Duarte avalia como positiva a iniciativa da prefeitura em modernizar a estrutura do carnaval de rua, no entanto, diz que as escolas estão sendo penalizadas com o atraso e o parcelamento do recurso em três vezes. “Este atraso já prejudicou nosso carnaval. Não estão dando a mesma atenção para as entidades” reclama.

Com a missão de colocar entre 360 a 400 integrantes na avenida Sete de Setembro, o presidente da escola de Samba Academia do Samba Cohab I, Neri Airton Freitas Ribeiro diz que a preparação das alegorias será uma corrida contra o tempo. Segundo ele, a entidade já esgotou todos os recursos próprios adquiridos com promoções ao longo do ano. “Não temos como seguir adiante sem a verba da prefeitura. As pessoas que prestam serviços precisam receber. Não podemos ficar adiando” afirma. Experiente em desfiles, Neri também vê com bons olhos o investimento na estrutura na avenida, mas critica a falta de atenção com as escolas. “Investir em estrutura é importante, mas sem escolas fortalecidas de nada adianta. A escola é a razão de ser do carnaval e isto não está sendo levado em conta” protesta, ressaltando que as entidades terão de correr contra o tempo para conseguir confeccionar as alegorias.

Desfilando pelo segundo ano, a escola Unidos da Operária enfrenta o mesmo drama. Com os recursos obtidos em promoções durante o ano, a direção conseguiu montar a estrutura dos quatro carros alegóricos, mas a situação das alegorias é preocupante. Presidente da entidade, Edson Arantes diz que o trabalho está praticamente parado por falta de material e vai mais adiante. “Sem os tecidos não temos como trabalhar. Caso a verba não seja repassada esta semana, nossa escola não desfila mais” desabafa.

 

Desfile
Marcado para o dia 3 de março, na Avenida Sete de Setembro, o desfile inicia com a Corte do Carnaval e as escolas de samba do Grupo Especial. Pela ordem estabelecida, a Pandeiro de Prata abre os trabalhos, seguida por União da Vila, Acadêmicos do Chalaça, Academia de Samba da Cohab I, Bambas da Orgia e Unidos da Operária. Por fim, a escola Bom Sucesso, pelo Grupo de Acesso, encerra o evento.

 

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