OPINIÃO

Fato ou incompetência

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Os mercados emergentes podem estar tão vulneráveis em relação ao mesmo tipo de venda indiscriminada do final da década de 1990. É o que aponta matéria da REUTERS, destacou que “agora o que envolve o mundo em desenvolvimento tem paralelos com as desvalorizações com a crise asiática em 1997” e que atingiu Rússia, Ásia e América Latina. A REUTERS destaca que a três razões principais para que os mercados registrem uma fuga de capital tão intensa como a do final dos 1990. A primeira é que, após o grande fluxo de capitais para os países emergentes, agora esta havendo um movimento reverso.

Por outro lado os empréstimos estão cada vez mais sendo feitos através do mercado de obrigações para emergentes, ao invés dos antes dominantes empréstimos bancários diretos e que envolvem relações de longo prazo entre bancos, empresas e os seus respectivos países. Em terceiro e último lugar, está o aumento indiscriminado de entrada de fundos em ETFs (Fundos de Índice, sigla em inglês) emergentes da última década o que também os deixa mais vulneráveis a retiradas sincronizadas.

Entre os países emergentes do grupo apelidado de "Cinco Frágeis", o Brasil foi o que mais aumentou a exposição à dívida bancária externa desde o estouro da crise. Levantamento feito pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, mostra que o total de empréstimos externos tomado por bancos e empresas no Brasil saltou 66,4% desde junho de 2008, o equivalente a US$ 76,8 bilhões. A dependência externa é um dos temas que preocupam analistas diante da atual redução da oferta de crédito internacional. Dados do Banco de Compensações Internacionais (BIS) e do Banco Mundial mostram que clientes brasileiros eram responsáveis por US$ 192,6 bilhões em dívidas no exterior em junho de 2013, o último dado disponível. O aumento do montante ficou à frente do observado na África do Sul, Índia, Indonésia e Turquia - os demais países do grupo que têm sofrido com a desconfiança do mercado.

O fato é que em 2001 Jim O'Neill economista inglês  conhecido por ter criado o termo BRIC para se referir às economias do Brasil, Índia, Rússia e China. Com a adesão da África do Sul, foi acrescentado um 'S' do inglês South Africa, mudando o nome BRIC para BRICS. Durante algum tempo esses países se converteram em símbolo de pujança e vitalidade econômica reconhecidos em todo o globo.

Pois bem, em 2014 o mesmo banco que cunhou a expressão BRICs, cravou a frase “The Fragile Five” – ou os cinco frágeis, englobando Brasil, África do Sul, Índia, Indonésia e Turquia, países em desenvolvimento e que estariam em desordem, portanto deveriam ser evitados pelo investimentos globalizados. Desde o anuncio do Banco Morgan Stanley, nossa exposição e o noticiário ruim não pararam de contaminar o Brasil. Enfim, qualquer semelhança com o ano de 2002, ano eleitoral onde o PT sangrava o PSDB, com a propaganda da bandeira brasileira sendo comida por ratos e plataforma P36 da Petrobras que afundou em 2001, amplamente divulgado pelo Partido dos Trabalhadores e que despertou o sentimento nacionalista e culminou na eleição do Presidente Lula, agora parece se repetir.

Não temos plataforma afundando, mas o mercado parece afundar a PETROBRAS, o grande projeto lulo-petista, a mola do desenvolvimento nacional, não temos a bandeira sendo comida por ratos, mas condenados desafiando a justiça e denúncia pipocando a todos os momentos sobre obras super faturadas para a realização da copa do mundo quando ainda estão, pois muitas jamais serão entregues. Enfim, nem tudo esta perdido, a desvalorização do real, poderá alavancar nossas exportações de produtos primárias, continuaremos sendo o celeiro do mundo, por outro lado a faca estará nos pescoço dos produtores rurais, com as demarcações das áreas indígenas, o que compromete o ambiente empresarial e produtivo. Não tenho dúvidas que a política esta contaminando a economia, não me surpreenderia com uma nova carta aos brasileiros. Fato ou incompetência?

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