Problemas no FAR Planaltina II persistem

Infiltrações, colunas que desabam, problemas no encanamento, paredes com rachaduras e telhas faltando são alguns dos problemas do FAR Planaltina II

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O problema apontado pelo síndico se repete em vários apartamentos.O problema apontado pelo síndico se repete em vários apartamentos.
O problema apontado pelo síndico se repete em vários apartamentos.
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O primeiro imóvel de L.E.F.S. foi conquistado depois de 53 anos de vida, somente quando encontrou no Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), uma opção mais acessível à renda da família. Entretanto, ao invés de estar contente em adquirir uma moradia própria, no bloco quatro do condomínio Planaltina II, a moradora se diz insatisfeita ao relatar os transtornos pelo qual tem passado. 

A primeira situação que enfrentou, foi quando uma coluna que fica junto ao teto do banheiro desabou, quase atingindo a filha de 14 anos, que escovava os dentes no momento do incidente. A reclamação foi realizada e o local recebeu os reparos, mas uma semana após o primeiro desabamento, a estrutura caiu novamente, junto aos litros de água de um encanamento mal instalado. “Se nós não estivéssemos em casa, teria alagado tudo. Ouvi o barulho parecido com o de uma cachoeira e meu marido correu para o banheiro, mas a água já estava alta, invadindo as outras peças”, conta. No mesmo bloco, mas dois andares a cima, o mesmo problema aconteceu. Porém lá, o material permanece no chão, aguardando o atendimento dos responsáveis, que não demonstram muito interesse.

Os problemas não se restringem a vazamentos e infiltrações e são registrados nos seis blocos do condomínio. Com tantas situações importunas, a solidariedade entre os vizinhos é fundamental para que todos possam manter seus hábitos de higiene em dia. Um cadeirante, que reside no primeiro andar do bloco três, chegou há cerca de um mês no condomínio. Desde o dia em que se instalou no apartamento, precisou da colaboração dos vizinhos, que cederam o banheiro para que ele pudesse tomar banho. Somente um mês depois de estabelecido na moradia nova, e já com a intimidade invadida, que o atendimento foi realizado.

O síndico, Igor Manoel Albrecht, relata as dificuldades que esse morador enfrentou. “Ele usa cadeira de rodas para se locomover e ficou todo esse tempo sem a privacidade da casa dele para tomar banho. Acionamos os responsáveis várias vezes e só vieram solucionar o problema dele depois que ameacei combinar com os moradores para não pagarmos a parcela mensal”, angustia-se.

Entre os prejudicados, está, também, uma mulher de 30 anos e mãe de cinco filhos, que têm idade entre 3 meses e 15 anos. Lucilaine de Cristo, moradora do bloco seis, conta que a família composta por sete pessoas toma banho há mais de 15 dias, desde quando se mudou para o apartamento, com a água reservada nos baldes. “Aqui a água vem só da torneira da cozinha. Quando preciso de água no banheiro ou no tanque, encho o balde e levo até o local”, diz. Já no bloco cinco, o subsíndico conduz a reportagem até o último andar, local onde é possível acessar a estrutura do telhado e enxergar o espaço vazio das telhas que voaram com as chuvas dos últimos dias. “No dia que elas se soltaram, nós precisamos subir e varrer a água, para que não alagasse o nosso bloco. Agora, toda vez que chove, precisamos subir e fazer o mesmo”, indigna-se.

Sem a autorização para mexer na estrutura, pois todas as alterações devem ser solicitadas a Caixa Econômica Federal, os moradores ficam de mãos atadas. A situação reduz a qualidade de vida dos mesmos em um ambiente que deveria proporcionar conforto, pois é onde moram e pelo qual pagam. “Eu, sinceramente, estou pensando em entregar o cargo. Para mim é desgastante, afinal, os moradores me chamam, eu aviso a construtora e a Caixa, que não se mobilizam. Não sei mais para onde correr”, desabafa o síndico.

De acordo com o contrato assinado, são cinco anos de assistência subsidiados pela Caixa e realizado pela construtora. “Só que eles nos entregaram os apartamentos em mau estado, cheios de problemas e nos abandonaram. Eles tinham é pressa para entregar e fizeram os apartamentos como se faz uma casa de cachorro”, expõe uma moradora de 23 anos, já farta com a situação.

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