OPINIÃO

Coluna Celestino Meneghini

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· 3 min de leitura
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Bandido é bandido
Toda a forma de atentado contra a integridade física ou psicológica do ser humano, enfim, o desrespeito à vida é crime. E quem pratica atos de violência contra a pessoa, de livre e espontânea vontade é bandido. Se não fossem tais bandidos, usando a manifestação das ruas que se tornaram templos democráticos, o povo teria mudado muito mais neste país. Já não se tem dúvida sobre os propósitos dolosos dos mascarados impregnados de fascismo usando estigmas de direita ou esquerda (tudo misturado), dispostos a causar qualquer coisa que se assemelha ao caos, inclusive a morte de cidadãos inocentes. Escondem sua falta de propósitos e contaminam instrumentos de liberdade conquistados arduamente pelo povo. Chega de contemplação lúdica sobre atos absurdos de desrespeito à vida, levados a efeito por facções que querem erigir o crime privilegiado sob escoima da mera insurgência civil.

Sem limites
Estes lançadores de bombas incendiárias e foguetes, ou depredadores, não têm limite algum, por que se julgam seguros na escalada da bandidagem. Se flagrados alegam simples manifestação inocente, ou excesso juvenil. Nada disso! É uma nova face criminosa que se instala em toda parte ou através dos black blocs, para tornar admissíveis os pretextos nazistas. Esses caras, que não trabalham, solaparam de modo vil os movimentos de gente honesta e afastaram as legiões de verdadeiros cidadãos que ocupavam as ruas.

Atingiram a democracia
O sentimento é de dor e repúdio pela morte do jornalista da TV Bandeirantes, atingido na cabeça por um rojão. Algumas versões mostram que ainda tem gente tentando justificar a inconformidade das manifestações violentas. Ou pelo menos explicar a morte de um trabalhador digno como Santiago Andrade pelo risco de trabalhar para patrões poderosos. Então, dizem esses idiotas da interpretação, os manifestantes atacam para atingir os patrões. Isso é raciocínio sadio, como quer transparecer a infeliz nota do Sindicato de Jornalistas do Rio? A violência é a oportunidade dos covardes que se escondem entre a multidão. Esses ataques criminosos destroem a face da democracia, como foi o rojão no rosto de um pai dedicado e cinegrafista responsável pela missão de informar. A democracia vem sendo golpeada a cada ação destruidora.

Caso de polícia
Até agora todos concordavam que era preciso manter a calma e que um número mínimo de agressores não deveria estigmatizar a grande multidão que fazia manifestação legítima. Há uma tolerância consciente de parte das autoridades, que certamente será reavaliada, diante da escalada da violência. Não pode instalar-se a ditadura da agressão física. Se a idéia é não tratar manifestações cívicas como caso de polícia, é urgente, agora, reprimir decididamente os que fazem da intenção participativa do povo a perigosa massa de manobra.

Mais mães
Não se trata de choro saudosista e inútil, mas algo acontece na formação, ou deformação das pessoas, relacionado à completa falta de valores, impregnando o ser humano de maldades. Observemos que uma falsa modernidade que emergiu nos anos 60 embaçou os elos afetivos e disciplinares entre pais e filhos. Foram muitos os fatores. Para ser mais objetivo, a presença da mãe (como afeto, orientação e disciplina) foi drasticamente reduzida. Esta força difícil de ser definida, mas de singela compreensão, precisa voltar para socorrer a sociedade. A força inesgotável das mãos que embalam o berço representa um socorro urgente e eficaz para este momento. O crime, desde Caim e Abel, acompanhou a humanidade. As atrocidades de filhos matando pais e irmãos, crianças e idosos sendo futilmente assassinados, parece indicar uma grande causa.

A referência da família, pais e irmãos, mas principalmente a virtude que brota do afeto e dedicação de uma mãe. A banalização deste núcleo, substituído desastradamente pelo status social ditado pelo consumismo, impede a tomada e eventual retomada do caminho desta geração. Até mesmo a polícia ou novas leis de combate ao crime, não fazem outra coisa senão repontar a onda de crime dos centros mais ricos para os locais mais pobres. Por isso a humanidade toda precisa do socorro das mães. Precisamos de mães e pais, não de polícia!

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