A falta de chuva, justamente no momento em que a soja está atingindo o estágio em que mais necessita de umidade, vem tirando o sono dos agricultores da região. A estimativa de uma colheita de aproximadamente 544, 7 mil toneladas dentro dos 40 municípios atendidos pelo escritório da Emater Regional, já começa a ficar mais distante de ser alcançada. “Estamos no momento mais decisivo. A planta encontra-se na fase de formação da vagem e enchimento de grãos. É o período em que ela mais precisa de água. A demanda é de seis milímetros por dia” explica o engenheiro agrônomo da Emater, Claudio Dóro.
No entanto, o quadro climático até o momento vem apresentando condições bastante adversas. A escassez de umidade aliada às altas temperaturas e a incidência de luz entre 12 a 13 horas por dia, está provocando o fenômeno chamado de evapotranspiração. “As plantas viram as folhas e murcham para se proteger do calor escaldante. São sintomas de uma planta estressada. Já encontramos esta situação aqui na região”, afirma Dóro.
Para o especialista, ainda é cedo para avaliar o tamanho do prejuízo. Até porque, segundo ele, a incidência de chuvas localizadas tem alterado a situação de uma lavoura para outra, dependendo da região. “Não temos um quadro uniforme. Em alguns lugares as perdas poderão ser de 30%, em outras de 5%, e em alguns casos não ocorrer prejuízos. Temos pelo menos mais 40 dias para este quadro evoluir. Tudo vai depender da ocorrência de chuva nos próximos dias” prevê.
Milho
Restando cerca de 10 dias para o início da colheita do milho, o produto deve apresentar uma quebra de até 30% numa área de 89 mil hectares, na região de Passo Fundo. O prejuízo foi provocado pela falta de chuva, principalmente no período entre 10 de dezembro e início de janeiro. “A chuva faltou justamente no período de fecundação da planta. A perda é irreversível. Resta ao agricultor colher e ficar de olho no preço” avalia Claudio Dóro.