OPINIÃO

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É a economia, estúpido! Após o impeachment de Collor, assume a Presidência da República Itamar Franco, sua plataforma era o carro popular, forçou essa bandeira e teve a volta da produção do Fusca. Montou sua equipe de Ministros, buscou Fernando Henrique Cardoso e o guindou ao cargo de Ministro da Fazenda. Antônio Britto era o Ministro da Previdência, tinha sido o escolhido por Itamar para sucedê-lo na Presidência, o mesmo recusou. A popularidade de Itamar chegou as nuvens com o Plano Real, encerrou o governo com a avaliação positiva de 41% dos brasileiros e elegeu seu sucessor Fernando Henrique Cardoso. 

Considerado o Pai do Real, o homem que colocou a locomotiva nos trilhos Fernando Henrique Cardoso (FHC), teve altos e baixos. Ao ancorar o real com o dólar, abriu o mercado para as importações, dando um choque de oferta de produtos. Domou o dragão da inflação, o Brasil passou a ter orçamento, enfrentou as crises dos tigres asiáticos, mexicana, russa, argentina. Reestruturou o Banco do Brasil, abriu seu capital na Bovespa, quebrou o monopólio da Petrobras, fez a reforma previdenciária, a taxa de miséria caiu de 40% para 30% da população brasileira e as privatizações avançaram.

Mesmo com denúncias de compra de votos Câmara dos Deputados, na emenda da reeleição, FHC, sagrou-se vencedor no primeiro turno contra Lula e Brizola. Em janeiro de 1999, o câmbio que era fixo passou a flutuar, com a desvalorização e os reajustes de telefone desvalorizado e os reajustes de telefone, combustíveis e energia elétrica traumatizaram os brasileiros.

FHC chegou a ter apenas 13% de aprovação da população. Mas veio o ano 2000, a economia se estabilizou, o país cresceu mais de 4% e o presidente voltou a sorrir. As curvas das pesquisas demonstravam que ele terminaria o seu mandato bem aprovado graças à economia. Com as torneiras do céu fechadas por São Pedro, veio o racionamento de energia. Sem chuvas, sem energia. Fato semelhante acontece hoje no Governo Dilma. Lula na época explorou ao máximo o acontecimento. E a economia que alçava voo desceu ladeira abaixo, derrubando o Presidente e o Sociólogo. Resultado: não elegeu o sucessor.

Ao lançar a carta ao Povo Brasileiro, Lula, tratou de acalmar o mercado que tinha medo de seu discurso, contra o grande capital. Realizou alguns lances de mestre. Na Presidência do Banco Central, colocou Henrique Meireles, tucano de quatro costados que acabara de ser eleito o Deputado Federal mais votado de Goiás, no ano de 2002. No Ministério da Fazenda colocou Antônio Palocci, a dupla, Meireles/Palocci, aplicou uma política econômica mais ortodoxa que a de FHC. No inicio seu governo Lula teve a economia estagnada, mas criou o Bolsa Família que foi a unificação de todos os programas sócias de FHC, vale gás, vale alimentação, bolsa escola. Sua popularidade estava caindo, até que estouraram as denúncias do mensalão em 2005.

Chegado o ano de 2006, com o objetivo de criar uma agenda positiva, aproveitou os resultados de pesquisas que demonstravam a diminuição da pobreza no país aliado ao aumento do consumo, navegou no anuncio da autossuficiência do petróleo. Prometendo para 2015 o dobro da produção de petróleo, mais de 4 milhões de barris dia, mas esse projeto foi duas vezes prorrogado, na primeira 2017, na segunda para 2020. Resultado: reelegeu-se Presidente.

Ao alcançar o crescimento econômico vigoroso prometido pela dupla Palocci/Meireles, na casa de 5%, a popularidade do presidente sindicalista bateu todos os recordes. Entretanto com a crise econômica dos EUA, após o estoura da bolha imobiliária, teve que enfrentar seu primeiro desafio econômico para valer, denominou de marolinha o tsunami mundial e a crise que eliminou quase 1 milhão de empregos em 2009, corroeu 10% de sua popularidade em 3 meses.
Com uma capacidade de comunicar-se que poucas pessoas possuem, Lula apoiado por partidos políticos e com a dupla Palocci/Meireles, aplicaram a política anticíclica, estimulando o consumo e fomentando o crédito. Resultado: Dilma a mãe do PAC foi eleita Presidente.

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