O caso de uma menina passo-fundense de 13 anos que revelou estar sendo abusada sexualmente desde os 10 anos pelo pai biológico reafirma a necessidade de ampliar a discussão sobre o assunto. Nesta semana, a mãe da menina, de 29 anos, relatou a situação na Rádio Planalto. O Conselho Tutelar de Passo Fundo informou que a cada dez casos atendidos, cerca de 2 a 3 são referentes a abusos sexuais. A Sociedade de Auxílio à Maternidade e à Infância (Sami) atendeu no ano passado 237 crianças e adolescentes vítimas de agressão, sendo que 80% dos casos foram referentes a crianças vítimas ou com suspeita de abuso sexual.
Uma menina de 13 anos denunciou que o pai abusava sexualmente dela há cerca de três anos. A mãe da vítima, de 29 anos, relatou a situação na programação da Rádio Planalto na última terça-feira. De acordo com o depoimento dela, o pai ameaçava a filha. “Ele dizia que iria matar a mãe, os irmãos dela e todo mundo, caso ela contasse pra alguém. Um dia ela fugiu de casa e ligou dizendo onde estava e que tinha fugido porque tinha sido estuprada pelo pai. Foi aí que descobrimos”, disse a mãe.
A menina que foi acolhida pela avó está recebendo atendimento psicológico e o pai ainda não foi preso. Ela possuiu outros quatro irmãos de 10, 8, 5 e 2 anos. “Quero que ele mofe na cadeia. Já é um absurdo um padrasto fazer isso, imagina um pai de sangue. Não tenho mais chão, minha vida se destruiu. Me sinto culpada pelo que aconteceu com minha filha. Por tampar os olhos e não ver que isto estava acontecendo debaixo do meu nariz. Não confio em mais ninguém”, declarou a mãe a reportagem da rádio.
De acordo com o conselheiro tutelar da micro I, Fernando Dare, os índices são significativos envolvendo casos de abusos sexuais. A situação na micro II do Conselho Tutelar não é diferente. Conforme os conselheiros, a cada dez casos atendidos, 2 a 3 são referentes a abuso sexual. “Cerca de 15% dos atendimentos seria de abuso sexual cometido por parentes, familiares, vizinhos e pessoas desconhecidas. Em 90% destes casos, o abuso é confirmado”, disse Dare.
Após receberem a denúncia, o Conselho Tutelar aplica as medidas protetivas como encaminhar a criança ou adolescente para um local seguro longe do agressor ou até da própria família quando for o caso. É também oferecida uma rede de amparo psicológico e emocional para as vítimas. No caso da menina de 13 anos, Dare informou que a mãe disse não saber dos abusos. “A mãe quis regressar para a casa que fica no mesmo terreno do agressor, mas nós não permitimos que a menina retornasse. Ela está bem cuidada na casa da avó”, disse Dare.
Telefones do Conselho Tutelar para denúncia:
(54) 3312-2444
(54) 3312-1588
(54) 9998-1051 (celular plantão)