OPINIÃO

Fatos - 22 e 23/02/2014

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Operação
A união faz a força. Quando instituições como Polícia Federal, Ministério Público e Judiciário se unem por uma causa comum, o que parecia impossível deixa de ser. Foi o que aconteceu na sexta-feira com o ápice de uma operação, cujas investigações iniciaram há dois anos. A máxima de que “todo mundo sabe, mas ninguém faz nada”, caiu por terra com a decretação da prisão preventiva do advogado Maurício Dal Agnol, hoje procurado pela Interpol. O império construído pelo advogado ao longo de 10 anos se ostentava através da mansão milionária na Vila Luiza (com direito a sala secreta que escondia sacolas de dinheiro), pelo imponente prédio de mármore nos altos da Petrópolis e pelo magnífico Haras MD, que abrigou até 2012 eventos do hipismo internacional e dos mais de 900 imóveis que estariam em seu nome ou de familiares.

A pergunta
Os eventos hípicos, todos com shows nacionais sem cobrar ingresso, receberam cobertura ampla da mídia local e estadual. A cidade aplaudia as competições hípicas e muitos segmentos se valeram do resultado econômico que a movimentação trazia ao município. Passo Fundo foi destaque nacional e internacional e pretendia ser referência no hipismo. A pergunta básica que todos faziam era: “de onde sai tanto dinheiro para financiar tamanho evento?”. Foi este questionamento que despertou os que tinham ações sob responsabilidade do escritório. As vítimas começaram a registrar ocorrência policial e as denúncias foram parar no Ministério Público.

Novelo
O advogado recebeu o título de cidadão honorário de Passo Fundo na Câmara de Vereadores por seus feitos no esporte. Frequentou e teve cobertura dos eventos que promovia, nas colunas sociais. Contribuiu com campanhas eleitorais de políticos eleitos e não eleitos. No entanto, a ostentação, os questionamentos e a união de instituições públicas resultaram no início do desembaraço deste nó. É só a ponta do iceberg.

Aplauso
Durante a operação, centenas de motoristas passaram em frente ao prédio do escritório do advogado buzinando em sinal de apoio a ação da Polícia Federal e Ministério Público. “Passo Fundo conhecia os crimes e clamava por Justiça. Hoje eles foram estancados”, disse o delegado federal Mário Vieira, durante entrevista coletiva.

Cobertura
O Jornal O Nacional derrubou as pautas especiais programadas para este final de semana para ceder espaço à cobertura factual da Operação Carmelina. Toda a equipe foi mobilizada para esta cobertura desde o começo da manhã de sexta-feira. Preparamos infográficos, galerias de fotos, e entrevistas especiais com o viúvo de Carmelina, vítima que originou o nome da Operação, e com a OAB.

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