Depois de superar as irregularidades climáticas e os ataque de pragas e doenças, as lavouras de soja entram agora na fase final de desenvolvimento. De acordo com levantamento da Emater Regional de Passo Fundo, na região, cerca de 90% das áreas plantadas com a oleaginosa estão em fase de enchimento de grãos e o restante em maturação. As chuvas dos últimos dias beneficiaram a cultura que demanda bastante água nesta etapa do ciclo. No entanto, a umidade associada às altas temperaturas favorece o desenvolvimento da ferrugem asiática. Além disso, em um ano no qual a quantidade de pragas foi considerada acima do normal, os produtores devem estar atentos ao monitoramento da lavoura para garantir uma boa colheita.
Conforme o engenheiro agrônomo da Emater Regional Cláudio Dóro a chuva dos últimos dias contribuíram para o enchimento de grãos da soja. Nesta etapa do desenvolvimento a demanda de água por dia varia entre cinco e seis milímetros. Até o ponto alto da colheita ainda há um período de aproximadamente 30 dias. Neste prazo é importante que as chuvas sejam regulares e que o produtor não descuide do monitoramento. “As temperaturas entre 18ºC e 25ºC e o molhamento superficial das plantas em função da chuva favorecem o surgimento de moléstias fúngicas, especialmente a ferrugem asiática. O agricultor que tiver dificuldade de identificação ou quanto ao produto a utilizar deve procurar a assistência técnica. Os cuidados têm de ser intensos porque é um momento crítico”, reitera.
As produtividades das lavouras da região devem ser variadas em função de diversos fatores. Dóro explica que há áreas com produtividade estimada em 35 sacas por hectare, bem como outras onde não deve ser colhido nada e outras que podem superar 60 sacas por ha. “Foi um ano marcado pela irregularidade e pelo alto índice de ocorrência de pragas”, esclarece. Embora a quantidade de praga tenha sido elevado, o agrônomo observa que os produtores conseguiram fazer um controle satisfatório na maior parte das áreas cultivadas.