OPINIÃO

A genial simplicidade de Machinarium

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Podia ser uma lata de sardinha, uma peça, ferramenta ou então a sofisticada parte de uma nave espacial, mas não é. Esse herói é um simples pedaço de lata que vive em um mundo parecido com o nosso.  Criado pela equipe do Amanita Design, Machinarium é uma daquelas obras raras que realmente dão gosto de jogar, seja pela ideia de concepção quanto pela diversão. O jogo é um divisor de águas àqueles que duvidam do valor artístico dos games. Junte gráficos desenhados à mão com a forma clássica de se contar uma história e temos uma jornada fantástica.

Point and click criado originalmente para PC e Mac’s, Machinarium está disponível para a maioria das plataformas atuais.  Sua identidade visual Machinarium é o que mais chama a atenção. Seus cenários são pinturas feitas à mão, dos elementos mais simples até as deslumbrantes paisagens e horizontes. Conforme os produtores, a inspiração para o universo do jogo veio de máquinas enferrujadas e indústrias abandonadas. Vários filmes e livros de ficção científica— Douglas Adams, Júlio Verne, Ray Bradbury e Stanley Kubrick –, além de outros jogos – Grim Fandango, Gobliiins e Myst –, serviram como influência.

O protagonista é banido da cidade e acaba sendo jogado em um lixão por robôs vilões, que aterrorizam os moradores. Movido pela saudade de sua namorada, ele retorna ao local para encontrar seu amor metálico. Não existem nomes, somente sons e movimentações. Assim como nos filmes de Chaplin, a trama é contada sem uma única palavra. Tudo é contado através de gestos, seja pelas cenas in-game, seja nos balões de falas similares aos quadrinhos. O nível de dificuldade dos quebra-cabeças é um atrativo para os gamers mais aficionados e/ou experientes. Apesar da aparência simpática, em muitos momentos será preciso bem mais do que alguns neurônios para resolver os problemas.

Machinarium não é uma obra para o jogador casual, não é para os fãs de franquias que ganham um novo episódio a cada seis meses. Este jogo não é para quem vê o videogame como uma brincadeira passageira. Para ser direto ao ponto, Machinarium é uma odisseia irresistível, além de ser a prova cabal de que existe vida — e muito inteligente — fora do mainstream.

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