Moto parada, roda traseira girando e jatos de barro. A cena até seria divertida, se não estivesse sendo feita às margens e dentro das águas da barragem do Capingüi, em Mato Castelhano. O local é uma Área de Preservação Permanente (APP). A circulação de motos às margens da barragem causa danos ambientais aos recursos hídricos, degradando a mata ciliar e contaminando a água com combustível. A situação está sendo registrada com frequência por moradores e frequentadores do local, principalmente nesta época em que o nível das águas está baixo. A prática foi flagrada por um frequentador da barragem durante um final de semana de fevereiro.
A área fica no antigo horto florestal, junto à taipa da barragem. “Este local tem servido criminosamente para a prática e outras ações poluentes, como a de andarem dentro da água com as rodas submersas”, denunciou o frequentador do Capingüi, que prefere não se identificar. O frequentador da barragem afirmou que os motoqueiros utilizam o local para acrobacias, poluindo as águas. “Acionar as rodas traseiras para produzir jatos de barro é um dos "divertimentos" favoritos. Além de revolver as margens, poluir o meio ambiente (inclusive poluição sonora), as motos inserem no espaço gasolina e óleo sem queimar. É uma irresponsabilidade destas pessoas que estão agredindo o Capingüi. Também falta fiscalização”, enfatizou.
Área de Preservação Permanente (APP)
O entorno do reservatório artificial é considerado Área de Preservação Permanente (APP). De acordo com o integrante do Grupo Ecológico Sentinela dos Pampas (Gesp), Paulo Fernando Cornélio, o Código Florestal determina a preservação da vegetação ciliar destes locais. “Se eles estão muito próximos da barragem estão afetando a qualidade das águas. Estão realizando uma prática irregular e ilegal. Os motociclistas devem ser identificados, notificados e responsabilizados, porque estão causando um dano ambiental”, disse o integrante do Gesp.