Prestes há completar 20 anos, o Plano Real, que teve como timoneiro Itamar Franco, mas quem efetivamente esteve à frente, montou a equipe, construiu e acreditou foi Fernando Henrique Cardoso, que logo após seria consagrado como Presidente da República do Brasil. O grande mérito foi acabar com a bagunça da economia brasileira, pois tínhamos um orçamento descontrolado, mas parecíamos um trem descarrilado, sem consistência e sem esperança, tudo isso após vários planos econômicos frustrados, ora por meio de confiscos, ora por congelamento de preços e o que é pior decretar moratória da dívida brasileira.
Ao controlar a inflação o Plano Real devolveu a esperança ao povo, uma nação sem moeda forte não poderia brigar por um espaço no cenário mundial, ao controlar a inflação e reorganizar a economia, possibilitou-se que as empresas e o governo pudessem planejar tuas atividades, até então isso era impossível. No momento da implantação do Plano Real, assim como ocorreu na Constituição de 1988 o Partido dos Trabalhadores posicionaram de maneira contrária, por mais que existisse uma ligação entre FHC e Lula, essa relação não foi capaz de sensibilizar os “companheiros” a apoiarem o Plano Real, plano este que acusava de eleitoreiro.
No dia em que os tucanos celebravam os 20 anos do Plano Real, os mesmos personagens que ousaram acreditar, entraram em campo não para jogar, mas para fazer guerra. Ilan Goldfajn, ex-diretor do Banco Central no governo FHC e atual economista-chefe do Itaú, afirma que “conto com o rebaixamento, mas não necessariamente esse ano", disse ele. "Pode ser em dezembro, pode ser em janeiro”. Um dos pais do Plano Real Edmar Bacha, afirma que a economia esta totalmente desarrumada “acho que tem dois conjuntos de providência. Uma é arrumação da casa, é preciso voltar a ter credibilidade fiscal. É preciso ter melhor controle sobre a expansão dos bancos públicos, restaurar a capacidade de investimento da Petrobras. É um pouco tirar as amarras que foram criadas ao longo desses anos, tanto do ponto de vista fiscal quanto dos investimentos”.
Por outro lado, economista e ex-governador de São Paulo do PSDB José Serra em uma conferencia para consultores financeiros diz que não vê o Brasil em uma situação econômica “calamitosa” nem um “descontrole inflacionário e fiscal”, contrastando com os conselheiros econômicos do presidenciável Aécio Neves. Por sua vez Lula, que não apoiou e nem reconheceu o Plano Real no seu início no escreve um artigo com o título “Por que o Brasil é o país das oportunidades”, nesse artigo ele descreve os avanços da economia nos últimos 10 anos como se o Plano Real tivesse começado quando da sua posse no Palácio do Planalto. Os números apresentados por Lula refletem os méritos do seu governo e equipe Palocci/Meirelles, como o aprofundamento das metas do superávit primário o cumprimento dos contratos, o que possibilitou manter a inflação dentro da meta e se tornar uma pessoa querida pela banca internacional.
O Brasil cresceu e hoje um país grandioso em produção de automóveis, máquinas agrícolas, celulose, alumínio, aviões. Líder mundial em carnes, soja, café, açúcar, laranja e etanol. Precisamos investir em infraestrutura, portos, aeroportos rodovias e hidrovias além de liderar uma grande cruzada pela educação e inovação. Desde 2008 o mundo perdeu 62 milhões de empregos segundo a Organização Internacional do Trabalho e o Brasil criou 10,5 milhões de empregos. Por fim, FHC e Lula que militaram contra a ditadura, sendo FHC o sociólogo e intelectual que foi exilado e Lula o torneiro mecânico líder das maiores greves do ABC paulista foram Presidentes do Brasil, Lula elegeu seu poste e FHC tenta eleger o seu. Quanto ao futuro, esse futuro que é agora é promissor, mas é necessário uma nova agenda política, com amplas reformas, com novas esperanças e um futuro sem crises de “homens”.