OPINIÃO

PIBinho e PIBão

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Todas as projeções indicavam que o ano de 2013 seria de recessão, e que o País poderia ter entrado em recessão técnica - quando há retração por dois trimestres seguidos - no final do ano passado porque no terceiro trimestre de 2013 o PIB havia encolhido 0,5% sobre o período imediatamente anterior. A última vez que o país viveu essa situação foi no final de 2008 e início de 2009, auge da crise financeira internacional, que teve inicio nos Estados Unidos da América, conhecida como a crise do SUBPRIME.

Com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2013 na casa de 2,3%, o Governo comemorou, pois o próprio Governo ao longo do ano vinha reduzindo suas projeções. A Indústria cresceu 1,3%; a Agropecuária 7%; Serviços 2%; Consumo das Famílias 2,3%; Consumo do Governo 1,9% e os Investimentos 6,3%, dados obtidos do IBGE. O que explica o crescimento dos Investimentos segundo a Gerente da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca de La Rocque Pallis foi que “em 2012, tivemos uma queda na produção interna de máquinas e equipamentos. Em 2013, ao contrário, a importação de máquinas e equipamentos subiu, assim como a  produção interna. A indústria automobilística cresceu, principalmente pela parte de caminhões e ônibus".

Em 2012, por causa da necessidade de troca dos motores de caminhões para o modelo Euro 5 (menos poluente) houve uma redução na produção dos veículos. "Mas em 2013 todas as fábricas voltaram a funcionar normalmente, aumentando a produção e a venda de caminhões, e  impactando positivamente os investimentos", disse Rebeca.
Segundo dados do IBGE, o consumo das famílias teve uma alta de 2,3% cresceu pelo décimo ano consecutivo foi o item que mais pesou na composição do PIB: 62,5%. A conta investimento pesou 18%. A Agropecuária vive uma situação no mínimo curiosa, com todas as ondas de invasões de terras no Brasil, e a insegurança jurídica pela questão indígena faz com que as incertezas dos produtores aumentem significativamente. Com uma alta de 7%, a maior desde 1996, quando começou a pesquisa sobre as contas nacionais, a agropecuária foi destaque no PIB de 2013, mas não tem o peso do setor se serviços ou do consumo das famílias.

Enquanto a agropecuária em 2013 teve participação de 5,7% nas atividades econômicas do país, o setor de serviços que cresceu 2% representou 69,4%. Os serviços foram puxados principalmente pela área de telecomunicações  e informática (alta de 5,3%), fonte (G1). Vale comparar o crescimento do PIB brasileiro com os países desenvolvidos, a China cresceu 7,7%; EUA e Inglaterra 1,9%; Japão 1,6%; Alemanha 0,4%; e a Zona do Euro -0,4%; Se compararmos com os países emergentes o Brasil cresceu abaixo; Turquia, 3,8%; Índia, 4,4%; Coreia do Sul, 2,8%; Arábia Saudita 3,6%; Austrália 2,5%.

PIBinho ou PIBão, o fato é que a economia cresceu em 2013, os problemas que enfrentamos são de crescimento modesto e inflação elevada, ou seja, PIB de 2,3% e inflação de 5,9% ao ano, essa diferença se observada a grosso modo não é problema. O grande problema é que a inflação cresceu cerca de, 156% acima do PIB. Por mais que esteja flutuando dentro da meta a diferença entre o crescimento do PIB e o percentual da Inflação é que esta diferença transmite para a população uma sensação real de perca do poder aquisitivo, inibindo o consumo, e dando sinais claros de esgotamento do modelo de crescimento econômico por meio do consumo adotado pelo Brasil desde a crise de 2008.

Enfim, o Ministro da Fazenda Guido Mantega tecnicamente ganhou o ano de 2013 para a Presidenta Dilma, o que ficou claro para todos os analistas é que o problema é interno, faltam reformas, faltam investimentos em infraestrutura e principalmente os investimentos em educação de base podem comprometer mais uma geração de brasileiros interdependente dos partidos que estão ou estarão no poder. Parece-me que além de investimentos reais em todos os setores, falta bom senso para os partidos e os agentes políticos.

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