O domingo (16) foi tão especial para Dom Urbano, bispo emérito da arquidiocese de Passo Fundo que mereceu até mesmo inaugurar a sua melhor túnica, presente do arcebispo Dom Altieri. Dom Urbano completou 90 anos neste domingo e celebrou uma missa em ação de graças ao lado do arcebispo na Catedral Nossa Senhora Aparecida. O bispo nasceu em 16 de março de 1924, em Santa Clara, foi nomeado bispo auxiliar de Porto Alegre em 06 de fevereiro de 1974 e tomou posse como Bispo de Passo Fundo em 04 de abril de 1982. No dia 19 de maio de 1999, Dom Urbano tornou-se bispo emérito da então Diocese de Passo Fundo.
Hoje, aos 90 anos e com 64 deles dedicados à Igreja, Dom Urbano relembra um pouco da caminhada que teve e sente que acertou na escolha. O interesse pela vida sacerdotal surgiu ainda novo, com cerca de 8 anos, quando começou a frequentar a catequese a ajudar na missa. Assim, foi pegando gosto e quando o irmão mais velho foi para o seminário, Dom Urbano o seguiu com convicção. “Nunca tive duvidas da minha vocação e hoje sou convicto que escolhi a vocação que é da vontade de Deus. São 64 anos de vida sacerdotal e me sinto bem aos 90 anos. É uma idade privilegiada. A maioria morre antes de completar. Vamos até onde der”, comenta. A escolha por renunciar o bispado veio aos 75 anos, quando Dom Ercílio o substituiu, o que segundo ele não significa perder o poder sacerdotal, mas deixar que a administração das paróquias passe por outras mãos.
A devoção ao Santo Anjo da Guarda também marcou a vida do bispo, que já sofreu um grave acidente de carro e ficou à beira da morte. Por outro lado, Dom Urbano conta que o que o satisfez muito foram as celebrações de crisma que realizou. “Eu anotei todas as crismas que fiz em Passo Fundo. Crismei ao todo, cerca de 100 mil pessoas, como Bispo Diocesano. Como Bispo Emérito continuei ajudando. Para mim, as visitas pastorais, o encontro com esse imenso povo era o ponto alto da alegria”, conta. Para ele, o Papa Francisco é um símbolo da alegria de estar com o povo. “Eu também tive na minha vida essa preferência, sem descuidar de ninguém, em atender os paroquianos. Quando cheguei aqui, a maioria era agricultores, um povo simples. E eu adorava atender. É um trabalho consolador que muito me agradou. Dediquei a minha vida ajudar as pessoas. As pessoas valorizam o sacerdócio, querem bênçãos. Como o povo gosta de receber a benção do padre! Ser padre, ser sacerdote foi a grande alegria da minha vida e tem sido a grande alegria”, lembra Dom Urbano.