Passo Fundo vacinou 2,3 mil meninas entre 11 e 13 anos contra o Papiloma Vírus Humano (HPV), o que corresponde a 53% da meta de 4,4 mil adolescentes. A campanha tem como objetivo prevenir o câncer de colo de útero, um dos mais perigosos para as mulheres. A vacinação está ocorrendo nas escolas públicas e privadas. Nos postos, a vacinação entrou para o calendário e ficará disponível por tempo indeterminado.
Somente na Escola Estadual Protásio Alves, cerca de 140 alunas receberam a primeira das três doses que elas deverão tomar até o ano de 2019. Alguns pais acompanharam suas filhas no momento de receber a vacina, como Simone Moraes, mãe da Bruna e 13 anos. “É uma boa oportunidade para que ela se proteja que eu não tive quando era mocinha. Eu fico mais tranquila porque não teria condições de pagar pela vacina. Ainda bem que agora é gratuita”.
A enfermeira chefe do Posto de Vacinação do Centro, Irene dos Reis, explicou para a mãe o tempo necessário para completar a imunização. “Esta dose de hoje já está criando imunidade para o vírus. A segunda dose completa a imunidade, mas ainda é necessário o reforço daqui 5 anos”, alertou.
Baixo índice de recusa
Pai de quatro meninas entre 8 e 21 anos, Nilton entregou o termo de recusa da filha de 13 anos, estudante da Escola Protásio Alves. “Nós entendemos que não há necessidade porque as nossas filhas não tem relação e não vão ter antes do casamento e por isso não é necessário receber a vacina. Entendemos que a campanha é uma questão de saúde pública, já que as meninas desta faixa etária já estão tendo relações sexuais, mas se houvesse orientação dos pais a vacina não seria necessária”, justifica.
Segundo a secretária adjunta da saúde, Eliana Bortolon, até o momento os pais de apenas 14 meninas apresentaram o termo de recusa, o que mostra um índice pequeno de rejeição. “A maioria justifica a opção por questões religiosas”, explica.
Para receber a vacina, basta estar dentro do grupo prioritário, ou seja, meninas entre 11 e 13 anos. Também não há necessidade de autorização dos pais, mas aqueles pais que se recusarem permitir que suas filhas sejam vacinadas nas escolas deverão preencher um termo de recusa da vacinação contra o HPV e apresentar na escola no dia marcado para a vacinação.
Incidência de câncer
Em Passo Fundo, segundo os registros do Hospital São Vicente de Paulo, o câncer de colo de útero é o terceiro em maior número de casos entre as mulheres, atrás apenas do de mama e pele, representando quase 10% do total das neoplasias. No ano de 2010, quase 900 mulheres receberam o diagnóstico da doença na instituição. No país, 130 mil novos casos são registrados a cada ano. No ano passado, segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), 4.800 brasileiras morreram desse tipo de câncer no país.
CONTEÚDO EXCLUSIVO PARA EDIÇÃO IMPRESSA: Entrevista com o Ginecologista Diógenes Basegio que explica a importância da vacina