Um ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entrou para a lista de investigados pela Polícia Federal na operação Carmelina. O nome dele consta no contrato firmado entre o advogado Maurício Dal Agnol e a empresa Brasil Telecom. No documento, assinado em outubro de 2009, consta que Dal Agnol teria recebido o valor R$ 50 milhões para realizar acordos com os clientes, cujas ações já haviam sido julgadas pela Justiça.
São cerca de 5,5 mil processos envolvendo aproximadamente 20 mil clientes. Juntos, estas ações somavam até 2009, R$ 638 milhões. Pelo contrato, Dal Agnol ainda receberia metade do valor de cada acordo, além de honorários. A outra parte era repassada para a empresa.
Empilhadas em cinco caixas, os processos têm valores que variam de R$ 1 mil até R$ 3,5 milhões. A Polícia Federal estima que a empresa de telefonia pode ter recebido, através do chamado ‘acordão’, cerca R$ 1,5 bilhão.
O nome do ex-ministro passou a ser investigado ao constar no quarto parágrafo do contrato. O gaúcho é apontado por Dal Agnol para receber 12,5% dos honorários. “Não sabemos qual é a participação dele. O fato é que será investigado. A operação Carmelina é muito maior do que imaginamos” revelou o delegado da Polícia Federal, Mário Luiz Vieira. Além dele, também serão investigados pessoas que assinaram o documento na condição de testemunha. Entre eles, um funcionário do alto escalão de uma das maiores empresas de comunicação do Brasil.
Com prisão preventiva decretada pela Justiça, acusado de de apropriação indébita e formação de quadrilha, Dal Agnol permanece foragido, juntamente com a esposa. Ele é procurado pela Interpol.
Contraponto
A Oi informa que todos os contratos estabelecidos pela companhia são juridicamente perfeitos e são estabelecidos estritamente dentro do que determina a lei, não sendo admitido nenhum tipo de ilicitude. Todos os acordos judiciais referentes ao episódio mencionado pela reportagem foram celebrados no âmbito do Judiciário e homologados em juízo.