Dada a largada para as eleições 2014. Neste momento todos os candidatos já se desincompatibilizaram dos seus cargos públicos, e começam as articulações para a manutenção, ruptura e construção de alianças nacionais e dos palanques estaduais, além é claro do tempo de televisão. Assim, a pesquisa Datafolha de 2 e 3 de abril de 2014, mostra que Dilma seria reeleita no primeiro turno com 38% dos votos. Aécio teria 16%. Campos, 10%. Candidatos de partidos menores somam 6%. Apesar disso, os principais adversários da petista, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), não cresceram.
O problema de Aécio e Campos é que eles não são identificados como os mais preparados para a mudança. Para 32%, Lula é o mais apto para mudar. Para 17%, Marina. Aécio, o principal líder da oposição no Senado, é citado por apenas 13%. Campos obtém 7%. Dilma atinge índice maior, 16% (Folha). Em um ambiente onde o embate entre o mercado e a política parece tomar proporções gigantescas, onde estamos vendo e veremos cada vez mais a intensificação em que a cada pesquisa onde as intenções de voto da presidente Dilma estiverem caindo e a BOVESPA subindo.
Poderemos observar o velho debate sobre a herança maldita tucana e a epopeia petista. Se os tucanos retornarem ao poder as privatizações recomeçaram e as conquistas sociais serão deixadas de lado em prol do capital? Se os petistas consolidarem seu projeto de poder, estaremos caminhando para um chavismo? Será assim, o tempo todo, todo o tempo de hoje até as eleições gerais de outubro.
Fernando Henrique Cardoso parece tornar-se cada vez mais relevante para o PSDB, pois somente ele defende seu legado e tem capacidade de escuta no seu partido. Ao defender seu feitos ele argumenta “dizia-se que as privatizações reduziriam os empregos, quando houve uma expansão extraordinária deles. Que a Vale estava sendo trocada por nada, quando foi difícil encontrar contendores no leilão porque seu valor, na época, parecia elevado e, se hoje vale bilhões, foi porque houve investimento e ação empresarial competente (diga-se, de passagem, em impostos, hoje, a Vale paga muito mais ao governo, por ano, do que pagava em dividendo quando era uma estatal). A Embraer, de quase falida, passou a ser uma das maiores empresas do mundo”.
Por sua vez, Lula em uma cruzada contra o pessimismo, afirma que “os dados da economia brasileira falam por si. No último decênio, o Brasil conseguiu tornar-se em vários aspectos um novo país. O PIB, que em 2003 era de 550 bilhões de dólares, hoje supera os 2.1 trilhões. Somos hoje a sétima economia do mundo. O comércio externo passou de 119 bilhões de dólares anuais em 2003 para 480 bilhões em 2013. O país tornou-se um dos seis maiores destinos de investimento externo direto, recebendo 63 bilhões de dólares só no ano passado, de acordo com as Nações Unidas. É grande produtor de automóveis, máquinas agrícolas, celulose, alumínio, aviões; e líder mundial em carnes, soja, café, açúcar, laranja e etanol”.
Ao que me parece estamos reféns de uma briga ideológica. O sociólogo e o torneiro mecânico a 20 anos para ser mais exato. Não se discute um projeto futuro, não forjaram mais lideranças nossa economia cresceu, mas não é eficiente ao ponto de atender a toda a demanda existente hoje, seja no campo público seja no campo privado. Falta infraestrutura, é mais fácil construir um porto em Cuba ou uma Hidroelétrica na Nicarágua do quê construir os dois aqui no Brasil. Ou melhoramos nossa eficiência economia em termos de produtividade e serviços públicos ou sucumbiremos nos próximos anos. A mudança tem nome? Sim, ela tem. O nome da mudança é o povo brasileiro que poderia exigir não uma solução econômica para o Brasil. Pois a solução não está na economia. A solução é política - e os políticos terão que resolver.