Seria gafe ou equívoco se a pesquisa do IPEA, - elaborada sem senso de consciência comunitária, - tivesse percebido o erro gritante dos resultados divulgados, especialmente sobre a questão do estupro. Ora, 65% das pessoas consultadas teriam respondido que mulheres provocantes mereciam ser atacadas. Uma enquete que ativa sensores sociais graves e delicados, como foi o objeto da indagação, deveria manter o bom senso antes de liberar os dados. Inadmissível a falta de autocrítica e a irresponsabilidade. Depois de irremediável tempo decorrido veio a retificação, dizendo que o resultado fora invertido, ou seja 35% dos entrevistados responderam que a ousadia feminina no vestir e se expor enseja ou justifica o crime de estupro. Há uma indecência ou idiotismo na formulação e divulgação. Além do mais, posto o anarquismo cultural produzido pela mídia que abdicou do dever de raciocinar, desconsiderou-se o critério da precisão, inviável, em questões tão subjetivas. Pode alguém achar que o erro acabou bem e contribuiu para uma discussão sobre o assunto. Parece-nos ao contrário. Tanto os infames 65% de abominável acepção social e humana, como os 35% da tabela corrigida, revelam a monstruosidade desse funeral andante de mentes, que chamados de almas. O respeito humano foi ultrajado tanto pela vulgarização do tema como pela ausência de indignação. Quando se fala em virtude é necessário que tomemos de imediato a idéia de respeito mútuo. Parece que não queremos mais refletir e estamos vendo a moda viciada aproximar-se do status. Como se “ser animal” possa ser razoavelmente avaliado.
Construção civil
A elevação das áreas construídas em Passo Fundo parece ter normalizado, ou pelo menos não mantém o ritmo de escalada. Mas destacamos a esclarecedora entrevista na TV, oportunidade em que o Arquiteto Ubiratan Oro e o empresário Ricardo Bortolini falaram sobre a seriedade da construção civil em Passo Fundo. Na entrevista foi comentada uma questão preocupante: o subsídio às construtoras não beneficia o tomador, como política de custo, embora a ampla concorrência seja benéfica.
Mesa Um
Nesta quinta-feira a confraria da Mesa Um do Bar OASIS retoma as atividades. O jantar será no Clube Comercial. O anfitrião,
Saul Brun Ferreira, vai receber os confrades na volta de um longo período de férias.
Retoques:
* Registramos o convite do professor Carlos Alberto Romero para o lançamento do livro “Gama 40 anos”. O Romero é uma referência de dedicação e competência no ensino privado. Parabéns pela obra tanto no nível médio como o ensino superior. Aos filhos, com quem dirige a Faculdade, desejamos sucesso.
* O prefeito Luciano lança a Farmácia Móvel no município, para a evolução do atendimento direto aos beneficiários do sistema de saúde. Não apenas por ser projeto pioneiro, mas por significar apreço às pessoas da comunidade, a iniciativa é bem recebida. Por ser boa iniciativa todos querem que continue sempre.
* A pianista Márcia Oltramari, que também atua nas harmonias do Coral Ricordi D’ Itália, foi homenageada pelos seus dez anos no coral. Foi uma missa no Santuário diocesano de Aparecida, celebrada pelo Padre Mateus. Repleta de musicalidade em homenagem a esta figura respeitabilíssima na vida musical da cidade. A divina Marcia encanta com sua arte, sua simplicidade e energia.
* Na continuação sobre o tema da ditadura militar instalada no país há 50 anos, Ivaldino Tasca e José Ernani foram dois ícones que testemunharam fatos
* A gente sabe que os tribunais arbitrários julgavam brasileiros e condenavam sem chance de defesa. O decreto 477, famigerado no meio estudantil universitário, vitimou vários companheiros que insistiam em falar em liberdade. Este era o crime estudantil dos anos 70.
* Fala-se muito em esquecer tudo em nome do perdão, tipo : “Ya lo pasado pasó, mañana será outro dia”. Há, no entanto, um entendimento com relação a determinados crimes como o atentado a bomba do Rio Centro em 81, que são visto como imprescritíveis – crimes contra a humanidade.