Recentemente, a nova presidente do Fed, Janet Yellen, colocou o Brasil entre os cinco países mais vulneráveis, opinião fundamentada em um relatório vergonhoso de sua assessoria, eivado de deficiências técnicas. As críticas ao relatório foram disparadas por economistas independentes, como Paul Krugman, que declarou enfaticamente que o Brasil não está entre os mais vulneráveis. Disse mais: a despeito do desempenho sofrível da indústria machucada pelo câmbio valorizado e da inflação acima da meta (variando nas imediações de 5,6% ao ano), os indicadores dívida bruta/PIB, dívida líquida, dívida externa de curto prazo/PIB são considerados satisfatórios (Luiz Gonzaga Belluzzo).
O Brasil saiu da crise mundial muito bem e não se justificam preocupações com sua economia, frisou. Para ele, o País apresenta um desempenho muito bom da economia, em meio à crise internacional. "Há maior confiança no País de que política fiscal será mais responsável", apontou. Ele destacou que a dívida externa do País, "perto de US$ 300 bilhões", não é mais um fator importante no caso do País, pois o PIB brasileiro é bem maior, pouco acima de US$ 2 trilhões, e o País possui reservas próximas de US$ 370 bilhões (Paul Krugman). Em que pese os relatórios do FED e as boas projeções do economista Paul Krugman, o Governo brasileiro na pessoa da Presidente Dilma, contribuiu e muito para esse cenário preocupante na economia nacional. Hoje as incertezas são maiores que as certezas e o futuro muito incerto. Mas afinal, qual foi a contribuição do Governo?
Ao visualizar o final dos contratos de concessões de energia elétrica o governo editou uma Medida Provisória a (MP 605/2013), onde esta MP definiu a redução das tarifas de energia elétrica em até 20%, entre as implicações seria de que a renovação somente seria concedida mediante as reduções das tarifas de energia.Algumas geradoras não aceitaram a regra e passaram a vender seus quilowatts no mercado livre (spot). Depois veio a seca, a queda dos níveis dos reservatórios e a necessidade de acionar as termoelétricas, responsáveis hoje por cerca de um terço da oferta de energia elétrica no Brasil. O resultado foi o desastre que se viu e que ainda se verá. Os preços explodiram porque a oferta ficou menor do que a demanda.
Agora, o governo está autorizando as concessionárias a repassar reajustes de 15% a 30% nas tarifas ao consumidor, e isso se deve só a custos passados, ou seja, não está contemplado nestes reajustes a recuperação dos investimentos, somente se visualiza recuperar o prejuízo. Outros reajustes de peso serão inevitáveis. Ninguém sabe se, uma vez recuperados os níveis dos reservatórios e desativadas as usinas térmicas, as tarifas serão ajustadas de novo para baixo, ou se voltará a prevalecer a lei da oferta e da procura( Celso Ming ).
Ao tentar estabelecer e fixar a Taxa Interna de Retorno dos investimentos (lucro das operadoras), ou seja, o tabelamento pelos custos aconteceu, o fator de maior atraso das concessões. Esse atraso foi sentido em todas as concessões que o governo tinha a intenção de fazer. O problema todo é que nenhum candidato da oposição pode falar no assunto, pois se falar vai ter que dizer que a conta de energia ficará mais cara, que vai arcar com o custo político? Parece que os ajustes serão necessários, as discussões se darão por qual caminho seguir: um choque fiscal em 2015; um ajuste controlado ao longo de três ou quatro anos, onde aos poucos o governo liberaria as tarifas e os preços controlados por ele mesmo; ou até mesmo a manutenção do que temos hoje.
Por fim, ao que podemos perceber o povo não está muito preocupado com as eleições de outubro, aumentando cada vez mais um sentimento de revolta, dúvidas e até mesmo votar em branco como maneira de protestar. Porém nem tudo está perdido, a crise hoje é política é de valores morais e éticos, e somente a democracia e a política será capaz de resolver nossos problemas. Precisamos de homens, mulheres que nos inspirem e transmitam confiança.
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