Faltam 33
Com a disponibilidade e popularização dos meios eletrônicos de comunicação, especialmente modalidades como Facebook, muitas coisas boas passam a ser ditas, a maioria editadas em pacotes produzidos por agências ou amadores. Tem uma questão que causa constrangimento a quem recebe uma mensagem, mesmo com amplo respeito à opinião alheia. As afirmações de cunho político, na maioria sectárias, têm repetido o critério raso das afirmações. A falta de esmero na argumentação leva ao senso comum e à reprodução de frases orquestradas, com a temeridade de coonestação de coisas que não se assumiria após reflexão. O atual momento, por exemplo, em que se teme o descalabro em relação à grande conquista nacional dos últimos cinqüenta anos, com prejuízos inexplicáveis à Petrobras, é considerado quinta prioridade em relação à Copa do Mundo, como objeto de discussão. Usa-se a promoção dos jogos da Copa, com seus estádios, como tábua de lavadeira para bater toda a roupa suja. Enquanto isso, o doleiro Alberto Youssef, suspeito de coordenar gigantesca trama, teve apreendido um arsenal de 34 telefones celulares, um dos quais era para contato com o deputado petista André Vargas. E os outros 33?
Escola ou estádio
A relação de prioridade entre a construção de escola, posto médico, compra de remédio pelo SUS, moradia, segurança pública, enfim, essas necessidades básicas, jogadas tudo ao mesmo tempo, para contrapor à promoção da Copa, é demasiado simples. As grandes carências do Brasil não teriam melhor sorte se a Copa do Mundo fosse transferida para os Estados Unidos. Com tanta coisa para ser confrontada no interesse público, e ameaça de explosão de denúncias, o sistemático bombardeio contra a Copa torna-se uma perfeita cortina de fumaça. Já se diz em São Paulo que a culpa do racionamento de água é a Copa. É lógico que, respirar, comer, dormir, são prioridades incomparáveis. Nem se discute. Depois dessas necessidades, no entanto, existem aspirações compatíveis com a sociedade brasileira, como é o caso do futebol.
Anjo e besta
Impossível acreditar que alguém mate covardemente uma criança. Terrível é o abandono das mais diferentes formas que aflige o infante. Impossível é imaginar que um pai, uma madrasta, profissionais esclarecidos torturem e matem uma criança. Ainda que em escala variável, a presença de psicopatas, personalidades perversas, não é tão rara em segmentos de alto nível. Veladamente. Isso explica a expressão popularizada entre os franceses, “qui fait l’ange, fait la bête” – quem se faz de anjo, se faz de besta (demônio)!
Proporcionalidade
A lei eleitoral que exige percentual de participação da mulher em listas da disputa eleitoral. Sabiamente o Brasil edita a lei Maria da Penha, para proteger a mulher contra a violência doméstica. Depois de 400 anos de escravidão, sem direito nem para morrer, vem a lei das cotas (raciais), com reserva de vagas na faculdade aos descendentes afro. Em tem gente que combate a medida, alegando igualdade. Igualdade?
Meninas
Télia Negrão, jornalista e socióloga, tem visão clara do feminismo que avança no mundo. No debate ocorrido na TV Com, fez indicativos sobre insistência da desconsideração que sofre a mulher perante o machismo. Especialmente na região norte são 60 mil meninas que vivem a relação marital com adultos. Isso sem contar o absurdo da poligamia que corre frouxa. Ela explica que o fundo desse contexto de discriminação da mulher, remonta a milhares de anos. Força, procriação, poder e religião, ódio e amor, tudo tem sido forte influência de hábitos imponderáveis ao longo dos séculos. Por isso as coisas andam lentamente no Brasil e no mundo.
Produção
Passo Fundo tem base forte de sua riqueza escudada na agricultura. O setor é responsável pelo desenvolvimento econômico e o descortinar desse Passo Fundo novo que temos hoje. Chegou a hora de pensar definitivamente no amparo ao campo. A estrada asfáltica da Bela Vista, construída no governo Dipp, é atitude diferenciada a ser considerada como um processo a ser deflagrado.