O pinhão é sempre um excelente acompanhamento nos dias mais frios. No entanto neste ano a produção está cerca de 50% abaixo em relação a anos de safras normais. A queda na produtividade se deve, entre outros fatores, a influencia climática dos últimos dois anos, período que uma pinha demora para se formar, e também ao ataque de pragas. Há décadas a diminuição das matas de araucária também tem influenciado no fluxo migratório de algumas aves, especialmente o papagaio-charão, que durante o outono e inverno deixam o Rio Grande do Sul e migram para Santa Catarina onde o alimento é mais abundante.
O engenheiro agrônomo da Emater Regional de Passo Fundo Ilvandro Barretto de Melo explica que as condições climáticas dos últimos dois anos, como a neve que atingiu algumas regiões do Estado e de Santa Catarina no ano passado, influenciaram na diminuição. O reflexo é a má formação das pinhas que estão com número reduzido de sementes. Enquanto em anos normais cada pinha tem entre 100 e 130 pinhões, neste ano a média varia entre 60 e 70. Além da menor quantidade, o tamanho das sementes também é inferior a anos normais. Hoje a maior parte das araucárias que produzem pinhão são nativas e em poucos casos há áreas plantadas.
O preço pago pelo consumidor neste ano tem variado entre R$ 4,00 e R$ 5,00 o quilo, praticamente o dobro em relação a outros anos. Em 2013, o produto chegou a ser comercializado a R$ 7,00, um dos maiores já registrados, também influenciado pela baixa na produção devido a problemas climáticos e ataques de pragas.
Pragas
A qualidade do pinhão também está influenciada pelo ataque de pragas nesta safra. Como há poucas pinhas e poucas sementes por unidade o ataque da broca tem sido intenso. O reflexo é a baixa qualidade do produto devido aos problemas na maturação e formação de massa das sementes.