OPINIÃO

Euforia e incertezas

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Em entrevista ao Portal Infomoney, Pedro Galdi analista-chefe SLW Corretora, afirmou que a bolsa não vai subir por conta de uma possível volta de Lula, segundo especulações poderá se candidatar no lugar de Dilma Roussef para disputar a presidência do Brasil, mas sim pelas expectativas de queda da presidente nas pesquisas eleitorais. “Claro que com Lula a situação vai ser “menos pior”, pois ele vai colocar as pessoas certas no lugar certo e as coisas podem andar. Mas o que o mercado quer realmente é o PT fora do governo”, disse. “As bolsas e ações das estatais podem até ganhar um pouco com a candidatura de Lula, mas os investidores tem que ficar espertos com a melhora da oposição nas pesquisas, pois é assim que elas vão subir mesmo”.

O dado relevante e que traz euforia para o mercado é que o IBOVESPA desde o dia 17 de março de 2014 até o dia 29 de abril de 2014 a mesma teve um ganho de 13,89%, pergunto, qual investimento poderia render tanto em pouco mais de 30 dias? Somente a especulação eleitoral. As incertezas ficam por conta da sensação de indefinição no front eleitoral. Indefinição esta alimentada por uma nota do Partido do Republica onde a maioria da bancada do partido na Câmara dos Deputados pediu a volta do ex-presidente Lula para o comando da nação. O líder da bancada Deputado Bernardo Santana (MG) afirmou que a maioria dos deputados do partido acredita que apenas Lula tem a “experiência necessária” para governar o Brasil nos próximos quatro anos, diante da possibilidade de crises financeiras internacionais e do baixo crescimento econômico do país.

“Estamos com uma crise mundial terrível que exige, em nossa opinião, uma pessoa com a experiência do presidente Lula. Não estamos rifando a Dilma. Vamos ficar com ela até o final [do atual governo]. A questão é do momento. Lula é a única pessoa capaz hoje, talvez, de fazer uma conciliação nacional”, afirmou.

Mesmo sem figurar no primeiro plano nas pesquisas, sendo minimizado na divulgação feita pela CNT e o MDA, o ex-presidente Lula reapareceu. E bem ao seu modo. Ele fez um giro por Espanha e Portugal, mas despertou fortes reações e emoções no Brasil. Com poucas palavras e gestos estudados, acendeu debates que envolveram do presidente do STF ao procurador-geral da República, passando por um ministro do Supremo, um presidenciável, a bancada de um partido político, colunistas estrelados e até o índice da Bolsa de Valores de São Paulo.

Ao mesmo tempo em que mobilizou a cúpula do Judiciário em torno da avaliação, feita à imprensa de Portugal, de que considerou o julgamento da AP 470 "oitenta por cento político e vinte por cento jurídico", Lula sacudiu a cena eleitoral e ecoou no mercado financeiro com uma frase feita e um recado não desmentido. Em política, nunca deve se dizer nunca, afirmou Lula.
O coro do volta Lula, aumentou esta semana, de acordo com Confederação Nacional dos Transportes (CNT) em pesquisa realizada com a MDA, os resultados mostram crescimento de Aécio e de Campos, que passam a "capitalizar votos que a presidente Dilma vem perdendo". Para a confederação, isso aumenta a possibilidade de um segundo turno nas eleições presidenciais deste ano. Isso porque, no cenário em que são incluídos pré-candidatos de partidos nanicos, a vantagem da petista em relação à soma dos adversários.

Enfim, enquanto a euforia e as incertezas andarem lado a lado, a sensação de indefinição irá aumentar substancialmente, o nós contra eles, o bem contra o mau, o pobre contra o rico, tenderão a tomar conta do debate. Porém o mercado considera Lula mais ortodoxo que Dilma, Aécio Neves com um discurso mais voltado ao mercado, garantido menos intervenção estatal na economia enquanto Eduardo Campos aposta definitivamente nos marineiros e não tem um discurso claro do que irá fazer. O certo é que todos os deverão se posicionar como novidade neste processo eleitoral sem dizer COMO governar com euforia e incertezas.

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