As atividades da Associação de Recicladores Esperança da Vitória (Arevi) realizadas no pavilhão de reciclagem da Vila Bom Jesus foram interrompidas há cerca de três meses. O pavilhão está fechado e ainda há resíduos no local. A falta de pessoas interessadas em trabalhar e as dificuldades de acesso do pavilhão foram motivos decisivos para fechar temporariamente o galpão. A Secretaria de Meio Ambiente está providenciando a limpeza e reformas necessárias, e o projeto Transformação, que realiza o assessoramento da associação, está planejando um trabalho de revitalização da Arevi. A expectativa é que as atividades sejam retomadas no mês de junho.
O galpão de reciclagem da Bom Jesus foi inaugurado no final de 2012 e o investimento foi de aproximadamente R$ 400 mil. Ele possui 600 m² e foi equipado com uma prensa, balança e carrinho para transporte dos materiais. O pavilhão já abrangeu 30 recicladores. “Já consegui tirar 1,3 mil reais em um mês. Este trabalho está fazendo falta e estou desesperada”, relatou a presidente da Arevi, Ângela Pereira de Melo.
Os motivos que interromperam as atividades foram a falta de recicladores e dificuldade para trazer os resíduos até o galpão. “Umas pessoas tiveram que sair e ficamos sem pessoal. Outro problema é a porta que é pequena e impede o acesso dos caminhões que trazem os resíduos. O material é deixado no pátio e nós tínhamos que puxar para dentro do galpão em dias de sol, de chuva e de frio intenso. Esperamos que a Prefeitura arrume a porta para voltarmos a trabalhar”, explicou Ângela.
O secretário executivo da associação das entidades do Projeto TransformAção, Volnei Fortuna, informou que além do problema do acesso, a associação estava desarticulada. “Precisamos de pessoas que atue na reciclagem e assuma como trabalho de sustentabilidade e fonte de renda. Para trabalhar é necessário cumprir horários e alguns não tinham esta disponibilidade. Em dezembro tinha apenas uma pessoa trabalhando”, revelou Fortuna.
Um projeto de revitalização da Arevi está sendo elaborado. “Estamos em um processo de revitalização da associação. Em junho queremos retornar aos trabalhos no Galpão e em breve pretendemos transformar a associação em cooperativa. O tripé que impulsiona este trabalho de reciclagem é cuidar da vida, da natureza e das pessoas”, disse o secretário executivo do TransformAção.
Passo Fundo produz cerca de 150 toneladas de lixo por dia e, de acordo com o TransformAção, as três associações (Recibela, AAMA, Arevi) e cooperativa (Cootraempo) que atuam na reciclagem só conseguem reciclar 1% do total de resíduos. Fortuna afirma que a vila Bom Jesus tem potencial para a reciclagem. “O bairro tem potencial e temos experiências positivas nas outras associações e cooperativa. Só para se ter uma ideia, a renda média dos recicladores da Recibela no final de abril foi de 1,9 mil reais”, salientou Fortuna.
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