A melhor ferramenta para que pais e professores possam obter conhecimento sobre seus filhos e alunos, ajustando a forma de educar à sua personalidade, consiste no mapa astral da criança. Embora se fale aqui mais diretamente aos pais e professores, não podemos esquecer, porém, que qualquer pessoa que lida com crianças está assumindo o papel de educador. Portanto, como quase todos os adultos têm contato com crianças e jovens, eles devem estar bem preparados para não cometer falhas graves. Por isso, o texto de pode ser útil a muitas pessoas. No início deste século, Rudolf Steiner retomou uma ideia da cultura grega, dividindo a vida humana em dez períodos de sete anos ou setênios, a qual fundamenta o ensino das escolas que aplicam a Pedagogia Waldorf e os estudos biográficos realizados por psicólogos e médicos orientados pela Antroposofia.
Período decisivo
Para o período da infância e adolescência, são importantes os primeiros três setênios, abrangendo as faixas de 0 a 7 anos, de 7 a 14 anos e de 14 a 21 anos, nas quais a criança e o jovem recebem a educação. Depois disso, o adulto ainda pode receber informações importantes para sua vida, como no ensino universitário, mas não pode mais ser educado. Todas as falhas e omissões ocorridas na infância e adolescência podem ser compensadas, corrigidas, mas requerem um esforço da própria pessoa, por meio da autoeducação, um processo nem sempre fácil, e que dura a vida toda.
Podemos notar que ao final de cada setênio a criança ou o jovem alcançou um certo grau de amadurecimento: aos 7 anos, ainda em muitos países, inclusive em nossa rede de ensino público, a criança atingiu a maturidade escolar, isto é, ela está pronta, madura, para receber um ensino, para aprender; aos 14 anos podemos considerar que o jovem está em plena puberdade - ele alcançou a maturidade sexual; aos 21 anos, a maioria dos países ocidentais considera que o ser humano é adulto, plenamente responsável por seus atos.
- Primeiro setênio
No primeiro setênio a criança está completamente aberta, entregue ao mundo. Ela ainda não tem experiências nem filtros que lhe permitam bloquear uma impressão advinda dele. Assim como nossos órgãos dos sentidos estão totalmente abertos para o mundo, recebendo as impressões sensoriais de acordo com sua especialidade (audição, visão, paladar, etc.), mas sem possibilidade de elaborar um julgamento – o que já é uma função superior -, também a criancinha é comparável a um grande órgão sensorial. Como ela ainda não desenvolveu as capacidades para analisar, julgar o que a invade por meio dos órgãos sensoriais, nem sabe como se proteger de percepções inadequadas, ela armazena tudo isso em seu subconsciente. Cabe, portanto, ao adulto cuidar para que a criança esteja num ambiente que não lhe permita ter percepções sensoriais não apropriadas e que estimule o desenvolvimento sadio dos órgãos dos sentidos.
- Segundo setênio
Tendo adquirido um certo conhecimento do mundo, a criança do segundo setênio interage com ele, reagindo com alegria, tristeza, simpatia, antipatia, prazer, desprazer, etc. aos estímulos que recebe. Agora já não são mais tanto os sentidos que necessitam de um cultivo: agora é a vez dos sentimentos. Vivenciando a beleza, o entusiasmo e – por que não? – a tristeza e o feio, que também fazem parte da vida, porém numa intensidade ainda suportável para ela, a criança volta seu interesse para o que a rodeia, identificando-se com o que gosta e rejeitando o que não lhe agrada.
- Terceiro setênio
No terceiro setênio, o jovem se separa do mundo porque quer realmente conhecê-lo. Para tanto, precisa desenvolver uma objetividade, uma capacidade de fazer observações, comparações, discernimentos, julgamentos. Ele não aceita as coisas simplesmente como lhe são apresentadas, tem uma atitude analítica e crítica; está realmente fechado para o mundo, distanciado.
Numa situação ideal, deve-se oferecer à criança e ao jovem o que estiver adequado ao seu grau evolutivo, respeitando o ritmo de desenvolvimento genérico e individual. No primeiro setênio, quando ela descobre o mundo através de seus sentidos, este deve lhe parecer bom; quando, no segundo setênio, os sentimentos moldam a vida da criança, ela deve vivenciar que o mundo é belo; em sua busca de compreensão, por meio do pensar crítico, o jovem no terceiro setênio deve concluir que o mundo (não apenas a natureza, mas também as pessoas que o cercam) é verdadeiro.
Assim, levar em conta essas fases, conhecendo a personalidade da criança por meio do seu mapa astral e adequando a forma de educar aos seus traços individuais, é, com certeza, o maior acerto que um “educador” pode fazer. Com o auxílio da Astrologia, da Numerologia e da Pedagogia Walfdorf, a educação pode, então, cumprir a sua meta, ajudando a criança a tornar-se um adulto livre, responsável, com iniciativa, que respeite a si, aos outros e à natureza.
Voltaire Dandreaux e Silva - Psicoastrólogo Clínico e Numerologista Empresarial
(RG. Aba-562)