A primeira leva de policiais militares, formada por 20 homens do pelotão hipo partiu ontem de Passo Fundo para atuar na segurança da Copa do Mundo em Porto Alegre. O deslocamento maior do efetivo está marcado para às 6h de hoje. São mais 26 PMs do Pelotão de Operações Especiais (POE), ligado ao comando do 3º RPMon, e outros 95 do Batalhão de Operações Especiais (BOE), totalizando 141 policiais.
A previsão inicial é de que o efetivo permaneça por pelo menos 40 dias na Capital. Para suprir a carência do policiamento em Passo Fundo e garantir a segurança na cidade, o comandante do 3º RPMon, coronel Fernando Carlos Bicca disse ter traçado algumas estratégias. Uma delas é deslocar 16 policiais do setor administrativo para atuar diretamente nas ruas. “Com este grupo montamos um novo POE. São policiais treinados e qualificados para agir em situações de enfrentamento” garante o coronel.
Outra medida prevista é aumentar a carga horária de trabalho por turno e suspensão das férias e licenças durante o período da Copa. Sem entrar em detalhes de quanto será este aumento da carga horária diária de cada PM, o comando afirma que a alternativa é viável por ser dentro de um período, considerado por ele curto. “São cerca de 40 dias apenas, então temos como aumentar os turnos. Vamos usar estas horas em locais e momentos considerados estratégicos. A cidade não ficará desguarnecida” garante. O POE será alojado na Academia da Polícia Militar por um período mínimo de 30 dias. O pelotão deverá atuar em controle de tumultos.
Vereador quer evitar deslocamento
Preocupado com a transferência temporária de policiais para a Capital, o vereador Patrick Cavalcanti (Dem) anunciou ontem, a intenção de ingressar na Justiça com uma ação civil pública, ou então, um mandado de segurança na tentativa de reverter a decisão e evitar a saída dos policiais de Passo Fundo. Até ontem à tarde, o vereador disse que já havia obtido apoio de sete associações de bairros e também de 15 proprietários de agências lotéricas. “A cidade enfrenta uma onda crescente de assaltos e outros crimes. A nossa esperança é de que a Justiça consiga impedir a transferência dos PMs para a capital” alega.
Comandante do POE rebate decisão de Cavalcanti
Comandante do Pelotão de Operações Especiais, tenente Sandro Luis Andrade classificou como ‘eleitoreira’ a postura do vereador Patrick Cavalcanti em tentar evitar a ida dos policiais para Porto Alegre. “O pessoal se preparou durante seis meses com treinamentos, viagens. É uma experiência única na carreira de um policial compartilhar novas técnicas e estratégias. Não estamos levando nossos equipamentos porque estão obsoletos, vamos receber capacetes, coletes, bastão, escudos, tudo novo. Quem ganhará com isso é a comunidade de Passo Fundo. Os policiais também terão um acréscimo importante no seu salário. As colocações do vereador são eleitoreiras” afirmou.