Guinada
Um novo quadro eleitoral se desenha no Rio Grande do Sul com a candidatura ao Senado do ex-governador Olívio Dutra, PT. Ele que, há poucos dias teria dito em um roteiro próximo a Passo Fundo de que não seria candidato a nada e, sim, cabo eleitoral de Emília Fernandes, PCdoB, parece estar disposto a atender aos apelos do próprio partido e a ceder aos encantos do PTB que oficializou apoio integral a sua candidatura.
Olívio não se declarou candidato ainda, embora a crônica política já interprete as manifestações metafóricas do ex-governador como um sim, eu aceito. O fato é que a hipótese mudou o sentimento interno petista e mexeu com grupos de base que estavam inertes. Muda o sentimento, muda a forma de agir, muda a perspectiva desenhada pelas pesquisas internas que mostravam dificuldades na reeleição de Tarso. Tarso e Olívio juntos, reeditando os velhos pleitos eleitorais, é emblemático para o PT. O partido em Passo Fundo contribuiu para este momento.
Voltas
O mundo dá voltas. O velho ditado popular é implacável. Em 2002, Olívio Dutra estava preparado para a reeleição ao governo. Tarso Genro bateu pé, reivindicou a candidatura e levou o PT a uma disputa interna que lhe custou a própria eleição. Tarso venceu as prévias, tirou Olívio do páreo e perdeu o pleito para Germano Rigotto, PMDB. Hoje, vê no ‘Galo Missioneiro’ o principal cabo eleitoral.
Foco
Para o PT, a candidatura de Olívio será a oportunidade de enfrentar um dos grandes críticos do governo: o jornalista Lasier Martins, PDT. Debates como a saída da Ford do Estado serão inevitáveis.
Firme
O deputado federal Beto Albuquerque, PSB, não se abala com a candidatura de Olívio. Vai pautar a campanha ao Senado em cima da renovação.
Reunião
A direção estadual do PCdoB convocou os dirigentes para uma reunião na manhã desta quarta-feira, na Capital. Na mesa, a proposta que o PT apresentou ontem para formalizar a aliança. O partido ficaria com a candidatura a vice (Abgail Pereira). O vice-prefeito Juliano Roso participará do encontro.