OPINIÃO

Celestino Meneghini

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· 2 min de leitura
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Empurra-empurra
Ao mesmo tempo em que viceja a cultura da irresponsabilidade pelos atos sociais, que comprometem instituições, há movimento simultâneo despertando para a hombridade. A postura do cidadão vem sendo notada pelas pessoas já saturadas do empura-empurra, quando se trata de decidir alguma coisa. Algumas desculpas não cabem mais. Vejam o que acontece com as casas ou conjuntos habitacionais entregues nos programas sociais. O mutuário entra no prédio e imediatamente passa a conviver com rachaduras, infiltrações e disfunção no esgoto. No caso de recursos públicos, a exigência mínima da qualidade dos produtos só não acontece quando o agente perde o rigor. Depois vêm as desculpas e burocracias para resolver a vigarice das más empresas que concorrem para o serviço público. Dias atrás um jogador do Inter deu entrevista irritado afirmando que o gol sofrido foi por sua culpa. “Não sou nenhum moleque pra não admitir que perdi a bola e dei a chance para o gol do Cruzeiro!”. Este atleta, apesar da aspereza de sua resposta, ganhou respeitabilidade pela atitude. Não ficou repassando a culpa.

Período eleitoral
Chamamos atenção para a necessidade de responsabilização pelos atos de governo e também da sociedade civil. Precisamos melhorar isso. Deixar escola sem água ou sem luz e não encontrarmos o responsável pelo serviço, ou vermos uma obra de grande vulto abandonada, são circunstâncias que não podem ser medradas. A responsabilidade tem que ser coisa mais séria no trato com os interesses coletivos. Está havendo muito abandono por parte de empreiteiras ou empresas que administram prestadores de serviço, sem a devida punição nos causos de prejuízo. É o caso da Petrobras com o investimento de Pasadena. Em São Paulo e no Rio, nenhum projeto compatível com a necessidade enfrenta as questões da água e da mobilidade urbana. E parece que não temos um responsável pelo entrave ao desenvolvimento.

Celibato não é dogma
Quem observa o sermão do novo pároco da catedral identificará pronunciada orientação em alguns fundamentos religiosos. Num primeiro momento a idéia parece um tanto acadêmica demais para o convencimento de fiéis. O jovem sacerdote que falou no domingo passado impressionou muito pela desenvoltura e clareza. O falecido padre Guareschi figurou entre os pregadores mais capacitados na comunicação e conteúdos. Parece interessante a postura do padre em afirmar que algumas coisas na religião devem sim ser discutidas e afirmadas. Nada de “religião não se discute!”Na vida religiosa corre-se o perigo de abandonar a visão racional dos temas, embora o aprofundamento pragmático ou dogmático mereça maior apreço, como fez o Papa nesta semana, afirmando que o celibato não é dogma na igreja Católica.

Retoques:
* Marcos Valério, um dos mais célebres publicitários do mundo, hoje é visinho de cela do ex-goleiro Bruno, condenado por crime contra ex-namorada.
* A mini-reforma eleitoral, recentemente assinada pela presidente Dilma vai valer para este ano? Este é um questionamento a ser respondido pelo Tribunal Superior Eleitoral ou o STF, o mais rapidamente possível!
* A tendência do judiciário é reduzir gastos de campanha. Se isso for levado ao pé da letra, haverá maior rigor no controle das pesquisas eleitorais, registros de candidatos, e nas prestações de contas.
* Custou a aprovação da lei que pune severamente o crime de trabalho escravo, mas foi aprovada. Por incrível que pareça, havia muitos deputados medrando esta vergonhosa situação no Brasil. Agora, quem for autuado perderá a terra para projetos habitacionais ou reforma agrária. Neste sentido foi importante a determinação de perda da propriedade da terra, sem indenização aos proprietários culpados. É uma espécie de SPC social para o latifúndio. Muito bom!
* Nem tudo está perdido neste país. Os cinco militares que assassinaram o deputado Rubens Paiva foram denunciados pelo MP. É bom lembrar que a Lei de Anistia contempla apenas crimes políticos. Simples assassinatos, tanto de um lado como do outro, podem ser devidamente apurados.

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