Passo Fundo ganhou mais empresas, empresários e funcionários na passagem de 2011 para 2012. Mas o destaque negativo ficou com a queda na remuneração dos trabalhadores, segundo o Cadastro Central de Empresas (CEMPRE) divulgado nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A média mensal de remuneração caiu de 2,7 salários-mínimos para 2,5. Em valores, levando em conta o mínimo governamental daquele ano, que marcava R$ 622, o dado indica que os pagamentos médios aos trabalhadores da cidade passaram de R$ 1.679 para R$ 1.555, uma estimativa de perda de R$ 124 na renda mensal. No total, os salários e outras remunerações pagas totalizaram quase R$ 1,2 milhão em toda a cidade. Isso equivale a um aumento de 20% do total pago em 2011. No país, a maioria dos trabalhadores recebe 3,1 salários, enquanto que no Rio Grande do Sul, a média é de 3 salários mínimos.
Os setores de atividades de pesquisa e desenvolvimento científico, eletricidade e gás e serviços financeiros são os que pagam melhores salários, sendo 11,3 10,3 e 7,9 salários mínimos respectivamente. No entanto, todos eles tiveram redução no período de um ano. Os trabalhadores dos setores de serviços para edifícios e atividades paisagísticas e fabricação de produtos têxteis receberam os menores salários, em média de 1,1 salários mínimos.
O município possuía em 2012, 69.012 trabalhadores formais, distribuídos por 9.773 empresas e outras organizações. Desse total trabalhadores, 56.621 eram assalariados (82%) e os 12.391 restantes (18%) estavam na condição de sócio ou proprietários das companhias. Considerando o período entre 2010 e 2012, aumentou em 2% a porcentagem dos funcionários que são assalariados.
Comparando o período de um ano, foram criadas 673 novas empresas (+ 7,4%), o que gerou um aumento de 2,6 mil novas vagas de trabalho (+4%). O panorama local é superior aos índices registrados no Rio Grande do Sul e no Brasil. Para o economista e professor da UPF, Eduardo Finamore, o avanço no emprego e na criação de novas empresas mostra que Passo Fundo vive um momento econômico dinâmico. “Há um movimento contínuo de formalização do emprego e do trabalho”, explica. Por outro lado, ele destaca que não há avanços na renda media do trabalhador. “O panorama local se repete em toda a economia brasileira: existe uma grande desigualdade de renda do trabalhador, onde cada vez mais aumenta o número de assalariados”.
Finamore cita ainda outros indicadores que demonstram esta realidade como o PIB referente aos anos 2000 e 2010 em relação ao número de trabalhadores nestes períodos. “A população aumentou 10% enquanto o número de trabalhadores aumentou 36% na década, mas a sua produtividade não evoluiu na mesma proporção”, destacou.