UFFS assume residências médicas em Passo Fundo

O programa de residência médica é uma modalidade de ensino de pós-graduação

Por
· 3 min de leitura
A instituição assumiu a responsabilidade de gerenciar 26 residências médicas oferecidasA instituição assumiu a responsabilidade de gerenciar 26 residências médicas oferecidas
A instituição assumiu a responsabilidade de gerenciar 26 residências médicas oferecidas
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

A Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) dá mais um passo importante para o desenvolvimento do curso de Medicina da instituição. Desde o último mês a Universidade, através do Campus Passo Fundo, assumiu a responsabilidade de gerenciar 26 residências médicas oferecidas em dois hospitais de Passo Fundo: São Vicente de Paulo e Hospital da Cidade.

O programa de residência médica é uma modalidade de ensino de pós-graduação destinada a médicos, sob a forma de curso de especialização e foi instituída em 1977. Ao assumir os programas, a UFFS passa a contar com 175 pós-graduandos médicos.

O diretor do campus Passo Fundo, Vanderlei de Oliveira Farias, explica que não mudou o funcionamento dos programas. “A UFFS, através do Ministério da Educação, passa a pagar as bolsas dos residentes dos médicos dos hospitais São Vicente de Paulo e do Hospital da Cidade, reforçando o papel e a presença da UFFS na cidade”. Para o coordenador do curso de Medicina, Júlio César Stobbe, o entrosamento entre os médicos residentes e os alunos da graduação é o maior benefício. “O entrosamento e a troca de saberes se dá entre três níveis de conhecimento: o aluno em fase de internato (durante o 5º e 6º período do curso), o residente, que já tem uma experiência maior, e o médico preceptor, que é o responsável por supervisionar, acompanhar e orientar os residentes. Essa simbiose é muito rica e contribuirá para a formação dos nossos futuros médicos”, afirma.

Para a recepção das residências a UFFS constituiu a Comissão de Residência Médica (Coreme), que é uma instância responsável por planejar, coordenar, supervisionar e avaliar os programas. O coordenador, Jairo Caovilla, ressalta que a migração das residências para a UFFS é um grande passo e a antecipação de uma necessidade futura. “As novas diretrizes para a graduação de Medicina apontam que até o final de 2018 os programas de residência médica devem ofertar vagas em número igual ao de egressos dos cursos de graduação em Medicina do ano anterior. E nesse sentido a UFFS já está na frente”, avalia.

O médico residente em Neurocirurgia no Hospital da Cidade, Moisés Augusto de Araújo, 32 anos, espera que a mudança traga pontos positivos. “Tenho me dedicado há muitos anos para os estudos e vejo a residência como fundamental para a formação médica, pois a Medicina exige muito de um profissional. Com a migração para uma instituição federal eu espero que esse processo de formação se qualifique ainda mais e que possibilite mais investimento”, afirmou. Araújo está no terceiro ano da residência e já trabalhou nas unidades básicas de saúde. Ele conta que se preparou durante um ano para o processo seletivo da residência. “É cada vez mais difícil ter o nível de preparo que o mercado de trabalho exige, pois os casos médicos são cada vez mais variados e individualizados. Então, quanto mais conhecimento, mais qualificado será o atendimento ao paciente, por isso escolhi uma área tão concorrida e específica, que é a neurocirurgia. É a residência mais longa, são cinco anos de duração e de muito aprendizado”, diz.

 

A visão dos hospitais

A Coreme prepara para esse ano uma nova seleção para residentes, mas ainda não há previsão de datas. O valor das bolsas, que são de dedicação exclusiva, é de R$ 2.976,26.

Para o administrador do Hospital da Cidade, Luciney Bohrer, a transferência dos programas de residência para a UFFS possibilitará aos médicos o acesso a novos recursos para a sua formação. “E a partir do momento em que novos cursos da área forem criados, vai possibilitar a interdisciplinariedade, processo muito valioso também para o aluno em formação”, aponta.

O diretor médico do Hospital São Vicente de Paulo, Rudah Jorge, afirma que a residência é uma das melhores maneiras de ensinar o médico. “Antes das residências os profissionais aprendiam no dia a dia da profissão, agora com a possibilidade de residência o cenário de prática já é o cenário profissional. Então ganha o médico, enquanto se aperfeiçoa, e ganha o hospital, pois o atendimento ao paciente também fica mais qualificado. A UFFS assumindo as bolsas também possibilita a qualificação da residência, pois o hospital também poderá investir em mais estrutura para os programas”, finalizou.

 

Gostou? Compartilhe