“Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses” – Sócrates
É interessante como as pessoas possuem traços de personalidade que não conseguem explicar. Alguns fatos de sua vida parecem reproduções, sendo muitas vezes definidos como infelicidade ou azar. Por mais que se tente associar questões individuais a sua infância, a traumas e/ou vínculos que reproduziram outros vínculos e tornaram-se comportamentos sistemáticos, ainda assim existe algo “vago”, sem contexto palpável para uma mudança real.
Para auxiliar nessa tarefa, a Astrologia vem a casar de maneira perfeita com a Psicologia, pois traz consigo uma bagagem rica da psique, do inconsciente e de toda a influência genética do homem. A maneira como o homem se move no mundo tem um porquê. Os entraves vivenciados em muitos casos mantêm comportamentos depressivos que alimentam ferozmente uma dor, uma angústia difícil de ser modificada, pois não sabe o que, realmente, deve ser modificado. Essas mudanças, entretanto, devem ser conscientes e consolidadas na vontade de mudar e construir um novo eu.
Na Psicoastrologia, o sujeito se depara com ele mesmo de uma forma abrangente e clara. O processo de mudança é principalmente estar aberto a conhecer a si e suas influências. Esse conhecer nos faz recordar a alegoria da Caverna de Platão: “Imaginemos um muro bem alto separando o mundo externo e uma caverna. Na caverna existe uma fresta por onde passa um feixe de luz exterior. No interior da caverna permanecem seres humanos que nasceram e cresceram ali. Ficam de costas para a entrada, acorrentados, sem poder locomover-se. forçados a olhar somente a parede do fundo da caverna, onde são projetadas sombras de outros homens que , além do muro, mantêm acessa uma fogueira. Pelas paredes da caverna também ecoam os sons que vêm de fora, de modo que os prisioneiros, associando-os com certa razão, às sombras, pensam ser eles as falas das mesmas. Desse modo, os prisioneiros julgam que essas sombras sejam a realidade. Imagine que um dos prisioneiros consiga se libertar e, aos poucos, vá se movendo e avance na direção do muro e o escale, enfrentando com dificuldade os obstáculos que encontre e saia da caverna, descobrindo não apenas que as sombras eram feitas por homens como eles e, mais além, todo o mundo e a natureza.
Caso ele decida voltar a caverna para revelar aos seus antigos companheiros a situação extremamente enganosa em que se encontram, correrá, segundo Platão, sérios riscos - desde o simples fato de ser ignorado, podendo até mesmo ser morto por eles, se o tomarem por louco e inventor de mentiras. Sob a influência de Sócrates, Platão nos convida a imaginar que as coisas se passam, na existência humana, de forma semelhante à situação da caverna: ilusoriamente, os homens permanecem acorrentados a falsas crenças, a preconceitos, ideias enganosas e, por isso tudo, inertes em suas poucas possibilidades.