Vacinação contra HPV supera meta

Tanto nos dados nacionais como os registros de doses aplicadas em Passo Fundo superam a meta de vacinação de 80% do público-alvo

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O melhor percentual foi verificados entre as meninas de 13 anos, que chegou a 99,53%O melhor percentual foi verificados entre as meninas de 13 anos, que chegou a 99,53%
O melhor percentual foi verificados entre as meninas de 13 anos, que chegou a 99,53%
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O Ministério da Saúde divulgou nesta semana os dados nacionais da vacinação contra o HPV. Em menos de três meses de mobilização, mais de 4,1 milhões de meninas já receberam a primeira dose da vacina contra HPV (Papiloma Vírus Humano). O número representa 83,5% do público-alvo, formado por 4,9 milhões de adolescentes na faixa-etária de 11 a 13 anos. A meta era vacina 80% deste grupo. A partir de setembro, as meninas receberão a segunda dose da vacina.

Em Passo Fundo, os dados demonstram que foram vacinadas um total de 3.677 meninas na faixa etária da campanha, o que corresponde a 87,86% do público total. O melhor percentual foi verificados entre as meninas de 13 anos, que chegou a 99,53%. Segundo o secretário municipal de Saúde, Luiz Artur Rosa Filho, a vacinação foi realizada no mês de março, diretamente nas escolas e já neste período o município atingiu e superou a meta. “A vacinação do HPV foi realizada em março e atingimos todas as metas. Tivemos muito poucas negativas, ou seja, pacientes que se negaram a fazer”, comenta o secretário. Para ele, a adesão pode ser considerada ótima. “Essa vacinação, acreditamos, vai repercutir muito no futuro dessas meninas que agora estão protegidas”, salienta Luiz Artur.

No panorama nacional, os estados com maior cobertura são Ceará, com 98,8% do público prioritário vacinado; São Paulo, com 96%; e Santa Catarina, com 92,8%. O balanço divulgado pelo Ministério da Saúde só contabiliza as doses aplicadas em 2014. Em março, o Sistema Único de Saúde (SUS) passou a ofertar a vacina contra HPV, utilizada na prevenção do câncer do colo do útero, para meninas de 11 a 13 anos. Em 2015, serão vacinadas as adolescentes de 9 a 11 anos e, em 2016, começam a ser imunizadas as meninas que completam 9 anos. O esquema de vacinação é composto por três doses: a segunda é aplicada com intervalo de seis meses e a terceira, de reforço, cinco anos após a primeira dose. Durante todo o ano, a vacina contra HPV estará disponível nas 36 mil salas espalhadas pelo país.

Eficácia da vacina

A vacina contra HPV, segundo o Ministério da Saúde, tem eficácia comprovada para proteger mulheres que ainda não iniciaram a vida sexual e, por isso, não tiveram nenhum contato com o vírus. Hoje, ela é utilizada como estratégia de saúde pública em 51 países, por meio de programas nacionais de imunização. Estimativas indicam que, até 2013, foram distribuídas cerca de 175 milhões de doses em todo o mundo. A sua segurança é reforçada pelo Conselho Consultivo Global sobre Segurança de Vacinas da Organização Mundial de Saúde (OMS). Nas doses aplicadas no Brasil, a vacina manteve o seu padrão de segurança, como observado mundialmente.

A vacinação é o primeiro de uma série de cuidados que a mulher deve adotar para a prevenção do HPV e do câncer do colo do útero. Ela não substitui a realização do exame preventivo e nem o uso do preservativo nas relações sexuais. O Ministério da Saúde orienta que mulheres na faixa etária dos 25 aos 64 anos façam o exame preventivo.

Para o primeiro ano, o Ministério da Saúde adquiriu 15 milhões de doses. A vacina utilizada é a quadrivalente, que confere proteção contra quatro subtipos (6, 11, 16 e 18) do HPV, com eficácia de 98%. Os subtipos 16 e 18 são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer de colo do útero em todo mundo. O vírus HPV é uma das principais causas de ocorrência do câncer do colo de útero - terceira maior taxa de incidência entre os cânceres que atingem as mulheres, atrás apenas do de mama e de cólon e reto.

O vírus

O HPV é um vírus transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas por meio de relação sexual. Também pode ser transmitido da mãe para filho no momento do parto. Estimativas da Organização Mundial da Saúde indicam que 290 milhões de mulheres no mundo são portadoras da doença, sendo 32% infectadas pelos tipos 16 e 18. Em relação ao câncer de colo do útero, estudos apontam que 270 mil mulheres, no mundo, morrem devido à doença. Neste ano, o Instituto Nacional do Câncer estima o surgimento de 15 mil novos casos e cerca de 4.800 óbitos.

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