Frio e umidade aumentam incidência de doenças em bovinos

Problemas podem resultar ainda na diminuição da produção de leite e até na morte de animais se não forem tratadas adequadamente

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Entre as orientações para prevenir problemas no casco, deve-se evitar que os animais caminhem muito e, sobretudo, em terrenos com pedrasEntre as orientações para prevenir problemas no casco, deve-se evitar que os animais caminhem muito e, sobretudo, em terrenos com pedras
Entre as orientações para prevenir problemas no casco, deve-se evitar que os animais caminhem muito e, sobretudo, em terrenos com pedras
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A chegada do frio e o aumento da umidade podem causar uma série de problemas nos rebanhos bovinos que podem variar desde a diminuição na produção de leite até a morte de animais quando não tratados adequadamente. As adaptações fisiológicas pelas quais os animais passam para se adequar às baixas temperaturas exigem cuidados tanto na alimentação, quanto no manejo. Os pesquisadores da Área de Sanidade Animal da Embrapa Pecuária Sul, Bagé, Alessandro Pelegrine Minho e Emanuelle Baldo Gaspar, explicam quais os principais problemas causados pelo frio e como os criadores podem se prevenir.

A exposição prolongada às temperaturas mais baixas, mesmo que sejam moderadas, desencadeiam uma série de adaptações fisiológicas nos bovinos. Elas incluem o aumento do metabolismo e do apetite, a diminuição na eficiência nutricional, uma vez que parte da dieta ingerida vai ser utilizada pelo animal na produção de calor para a manutenção de sua fisiologia. Essas mudanças geram nos animais um estresse térmico e têm como consequência uma queda na imunidade. Com isso o desenvolvimento de diversas doenças respiratórias bacterianas ou virais, e até disenteria de inverno, é facilitado. Por outro lado, neste período as doenças parasitárias diminuem tendo em vista que as baixas temperaturas dificultam a sobrevivência dos parasitas no meio ambiente.

Inverno chuvoso
Em regiões como o Rio Grande do Sul que tem como característica o inverno chuvoso se cria o ambiente propicio para o aparecimento de doenças dos cascos dos bovinos, já que estas estão relacionadas ao excesso de umidade. Além disso, em propriedades com potreiros de pastagens melhoradas de inverno, com aveia ou azevém, por exemplo, ou até mesmo a suplementação de ração com concentrado, feno ou silagem podem alterar a fermentação no rúmen e desencadear a manifestação de doenças metabólicas no trato digestório.

Doenças de casco
A característica do casco dos bovinos, que é fendido, favorece a instalação de doenças e infecções em função da dificuldade de visualização, por exemplo, de ferimentos nos espaços interdigitais. As doenças dos cascos relacionadas ao ambiente são acarretadas pela criação dos animais em potreiros com presença de muitas pedras ou, em épocas de clima úmido, quando os campos ficam alagados ou com acúmulo de lama. Essas condições causam o amolecimento e o enfraquecimento do casco e aumenta a possibilidade de infecção da pele interdigital.

Em períodos úmidos o produtor deve estar atento ao comportamento dos animais para detectar os primeiros sinais de manqueira. Além disso, eles podem apresentar perda de peso e diminuição da condição corporal acarretada pela diminuição na ingestão de alimento, devido à dificuldade de locomoção oriunda da dor causada por essas lesões. A detecção tardia da doença pode comprometer os cascos de forma definitiva alertam os pesquisadores.
Os problemas nos cascos podem ter outras causas como: distúrbios nutricionais (excesso na ingestão de carboidratos, e aumento na fermentação); doenças infecciosas; traumas e fatores genéticos (defeitos de aprumos), sendo que todos podem acarretar prejuízos com tratamentos e descarte de animais.

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