O grande potencial de aumento da produção de cereais de inverno no Brasil esbarra em pequenos, mas significativos obstáculos: as pragas e doenças. O trigo já foi plantado no Rio Grande do Sul, e o sinal de alerta dos produtores começa a ficar mais intenso com a variação climática. Se por um lado o calor e o excesso de chuvas durante o espigamento favorecem doenças como brusone e a giberela, as baixas temperaturas do inverno também produzem seus efeitos negativos.
“A diversidade de ambientes implica numa variedade ainda maior de pragas e doenças, desde diferentes fungos que atacam o trigo na presença de umidade, até a reprodução rápida de pragas nos meses mais secos,” explica o engenheiro agrônomo e diretor do Grupo Floss, Luiz Gustavo Floss.
Segundo a Embrapa, as doenças estão entre os principais fatores que limitam a produtividade e a expansão do trigo no Brasil. A infecção por fungos, bactérias e vírus pode ocorrer em diferentes fases de desenvolvimento da planta, com sintomas nem sempre evidentes em órgãos como raízes, folhas e espigas. O êxito no manejo das doenças requer sua correta identificação, avaliação das condições que favorecem o seu desenvolvimento e conhecimento das medidas de controle disponíveis.
Quanto às pragas, do ponto de vista econômico, o inseto só é considerado praga para uma determinada cultura quando os danos potenciais superam o gasto que seria necessário para evitá-los diminuindo significativamente a produtividade. As pragas que com maior frequência atingem essa condição da cultura do trigo a campo são os pulgões, lagartas e percevejos.
Monitoramento para evitar danos
A ameaça de pragas e doenças faz com que muitos agricultores aumentem o número de aplicações de inseticidas nas lavouras. Na maioria dos casos, isso não é necessário. Além de aumentar os valores da produção, o uso inadequado dos produtos pode desencadear significativos danos ambientais.
O monitoramento técnico é uma das maneiras mais eficientes de evitar esses equívocos. Através de diagnósticos, é possível avaliar as condições da propriedade e identificar as melhores culturas para cada período, além de apontar pragas, doenças e plantas daninhas.