Contratação de estrangeiros esbarra no idioma

Ao procurar a agência do FGTAS/Sine, interessados são encaminhados para as vagas existentes, mas dificuldade de comunicação muitas vezes resulta em não efetivação

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Estrangeiros, vindos de países como Senegal e Bangladesh formam comunidade muçulmana em Passo Fundo que disputam o mercado de trabalhoEstrangeiros, vindos de países como Senegal e Bangladesh formam comunidade muçulmana em Passo Fundo que disputam o mercado de trabalho
Estrangeiros, vindos de países como Senegal e Bangladesh formam comunidade muçulmana em Passo Fundo que disputam o mercado de trabalho
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Todos os dias a agência do FTGAS/Sine de Passo Fundo recebe pelo menos uma centena de pessoas buscando vagas de emprego, cursos profissionalizantes ou a confecção da carteira de trabalho. Uma parte desse público é de estrangeiros, vindos de países como Senegal e Bangladesh que estão fixando moradia no município, a maioria fugindo da miséria ou de guerras em seus países de origem. Apesar da grande vontade e necessidade de trabalhar, a contratação deles esbarra em um problema: o desconhecimento da língua portuguesa.

“Temos um serviço de intermediação de emprego para esse pessoal que vem de outros países, mas a dificuldade que vemos hoje no trabalho com eles é a questão da língua”, destaca o coordenador da agência do FGTAS/Sine de Passo Fundo, Cristiano Mello. Como são recém-chegados, a sobrevivência e garantia de permanência depende de um emprego, e por isso é que também apresentam uma grande vontade de conseguir uma vaga, mas depois do encaminhamento, não conseguem estabelecer uma comunicação. “Encaminhamos para as vagas de trabalho, damos um suporte na agência, mas chegando na empresa a dificuldade na comunicação acaba fazendo com que não sejam efetivados nas vagas”, explica Mello.

Para o coordenador do Sine, seria importante que este grupo passasse por um curso básico e intensivo de língua portuguesa até mesmo para poderem participar dos cursos de qualificação oferecidos, por exemplo, pelo Pronatec. “Infelizmente ainda não existe um projeto neste sentido, de ensinar a língua, pelo menos não com o FGTAS”, argumenta.

Grande procura
Hoje a agência do FGTAS/Sine tem pelo menos 50 vagas de emprego sendo ofertadas. Entretanto, mesmo com a grande procura por parte de quem está em busca de emprego, as vagas continuam abertas. O problema, recorrente, é a falta de qualificação. “Temos muitas vagas e a procura também é grande, mas falta qualificação. Por isso hoje estamos trabalhando também com o Pronatec Trabalhador, que objetiva profissionalizar as pessoas”, esclarece Mello. Com nessa nova tática, quem procura pela vaga, mas não é encaixado por falta de qualificação é encaminhado para um curso profissionalizante. “Temos um bom retorno com relação ao número de vagas que nos é encaminhado, bem como das pessoas com qualificação que conseguem se fixar no emprego. A principal facilidade é que temos diversas vagas para diversos setores. E quem não consegue se efetivar, tem a opção de fazer um curso e buscar uma nova profissionalização”, salienta o coordenador. A colocação nos cursos, segundo Mello, é oferecida para toda a população trabalhadora, maior de 16 anos e que já possua Carteira de Trabalho. “Oferecemos curso na área de frentista, operador de retroescavadeira, construção civil, entre outros, que são realizados nas instituições da cidade. O que estamos é procurando profissionalizar e capacitar para o mercado de trabalho”, explica.

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