É muito comum durante consultas médicas os familiares ou os próprios idosos solicitarem complementos vitamínicos. Mas serão elas necessárias?
Durante muito tempo se pensou que complementos com vitamina C ou E (consideradas antioxidantes) seriam o resplandecer do futuro. Ou seja, reduziriam complicações e retardariam o envelhecimento. Ledo engano! Não há trabalhos consistentes em relação a essas terapias.
Então ninguém necessita complementos com vitaminas? Resposta errada! Algumas pessoas, por exemplo, portadores de doenças crônicas, precisam receber complementos, desde que detectada laboratorialmente deficiência de determinada vitamina, a complementação é necessária. O principal exemplo desse grupo são os doentes portadores de Doença Renal Crônica em Programa de Terapia Renal Substitutiva (renais crônicos em hemodiálise).
Mas, em geral, uma dieta balanceada é suficiente para manutenção de estoques de vitaminas necessárias para o adequado funcionamento do organismo. Dieta adequada aliada a atividade física são suficientes para garantir um envelhecimento saudável. Claro que isso é um investimento para ser realizado ao longo de toda a vida. Envelhecimento saudável é como um plano de saúde que deve ser fomentado ao longo de toda a existência do indivíduo. Milagres e terapias com pílulas miraculosas não existem, são dispendiosas e não raramente podem interagir com outros medicamentos necessários interferindo com seu real benefício ou ampliando efeitos colaterais. Então a resposta, no idoso saudável, será de que não necessita complementos vitamínicos e sim reforçar a seu investimento no plano de saúde chamado: vida saudável!
Julio César Stobbe, médico, coordenador da Emergência HSVP e coordenador do Curso de Medicina da UFFS