Christian Alexis Mendizabal e Silvia Helena Calvo Mendizabal formam um casal que mora junto em Passo Fundo desde dezembro de 2013. Nada de mais, se não fosse a história inusitada de amor deles. Ele é chileno, natural de Antofagasta, cidade localizada no norte do país. Ela é brasileira, nasceu em Santo André, mas mora em Passo Fundo desde pequena. Os dois, que são da Igreja Mórmon, tinham um perfil em site criado pela igreja para que solteiros da mesma crença pudessem se encontrar. Ele conta que quando viu a foto dela, junto com as informações, achou ela muito linda, e acabou mandando um ícone de uma rosa, opção disponível no site. “Depois de alguns dias, ela me respondeu, e começamos a conversar. Ai eu disse pra ela, que queria algo sério, alguém para casar. Acabamos nos conhecendo melhor e convidei-a para ir para ao Chile, que é onde eu queria morar. Para ela ver como era a cultura de lá, o clima e se conseguiria se acostumar” relata Mendizabal. Em fevereiro de 2012, Silvia foi para o país. Ela chegou no dia 14 de fevereiro. Justamente no dia dos namorados no Chile. “Eu não sabia, quando cheguei lá, vi aquela festa”, conta Silvia. E se não fosse bastante, também era o aniversário da cidade. Segundo ele no dia tinha “Fogos de artificio, festa e comemoração”. Tamanha coincidência, já parecia saber o destino que o casal tomaria no futuro. Em abril foi a vez de Mendizabal vir a Passo Fundo conhecer a família de Silvia, a cultura e o clima do município.
No Chile
No dia 6 de Julho de 2012, eles se casaram, no Chile. Ficaram morando lá. Ele era engenheiro de qualidade da Coca-Cola e ela que já era professora de português do Estado, ficou dando aulas de português em uma escola de línguas de Antofagasta. Tudo estava bem, porém a saudade da família e o desejo de voltar de Silvia aliados com a falta de adaptação na cidade os fizeram tomar uma decisão, que segundo o casal foi uma das mais importantes na vida deles: “vir morar para o Brasil”. O clima lá era muito árido. Ela comenta que nunca viu chuva lá. “E como nosso amor é muito maior que todas as coisas, então saí do meu trabalho e voltamos para o Brasil. Em dezembro cheguei aqui, alguns meses depois dela,” diz Mendizabal.
Na mesma arquibancada
Quando chegaram ao Brasil, não tinham se dado conta em relação à Copa do Mundo. No dia do sorteio da Copa eles notaram que o duelo era provável. “Quando olhamos os grupos, me dei conta que se tudo caminhasse bem, Brasil e Chile iriam se enfrentar nas oitavas-de-final,” relata Christian. Nas partidas da fase de grupo, o casal não perdeu nenhum confronto de seus respectivos países. Em dias de jogos do Brasil, decoravam a casa de verde e amarelo. Quando Chile entrava em campo, a casa ficava azul e vermelha. O duelo de hoje, que vale vaga nas quartas de final, não divide muito o casal. Embora o patriotismo pese muito na torcida de cada um, nenhum dos dois ficará triste caso sua seleção seja eliminada, pois a sua “segunda nação” irá avançar na competição.
"Se o Brasil ganhar, eu vou dar um beijo na minha esposa"
· 2 min de leitura