A decisão da empresa Coleurb em fixar um prazo para utilização das antigas passagens nos coletivos urbanos está provocando controvérsia e muita reclamação dos usuários. Ao anunciar a substituição das cores do vale-transporte e estudantil, no mês passado, a direção estabeleceu o dia 17 de agosto como data-limite para aceitar as fichas nas cores marfim, rosa e verde. Elas já estão sendo substituídas pelas cores amarela e vermelha.
Usuária do transporte público, a professora do programa de pós-graduação em letras e do curso de letras da UPF, Márcia Barbosa definiu como ‘absurda’ a decisão da empresa em não oferecer a opção de troca dos vales. “Em janeiro comprei 180 passagens, quantidade suficiente para quase todo o ano letivo. No momento da aquisição não fui informada sobre prazo de validade e nem sobre a possibilidade de troca. Tenho várias colegas na mesma situação. Pagamos pelo serviço mas não podemos utilizá-lo” critica.
Diretor do Procon municipal, Rogério Silva disse que a empresa procurou o órgão para explicar as alterações. No entanto, as reclamações começaram a sugir na semana passada. “Estamos registrando formalmente todos os casos, ouvindo as razões dos usuários, verificando todos os problemas. Certamente teremos um novo encontro com a direção da empresa para tratar destas questões” afirma Silva.
O promotor Paulo Cirne foi categórico em afirma que a empresa não poderá recusar os vales antigos, mesmo após o prazo estabelecido. “As passagens já foram vendidas, a empresa recebeu por elas, portanto, tem obrigação de aceitá-las, indiferente da data estabelecida. Só poderão recusar em caso de falsificação” explica o promotor.
Além das pessoas e empresas que adquiriram grandes quantidades de passagens antecipadamente e não terão tempo suficiente para utilizá-las dentro do período estabelecido, Cirne aponta outro exemplo. “Um funcionário em licença-saúde vai deixar de usar o transporte público por um período, portanto, não terá tempo para utilizar as passagens já pagas” observa. Caso a empresa se recuse a receber os vales antigos após o dia 17 de agosto, o promotor garante que o Ministério Público adotará as medidas judiciais cabíveis em defesa dos consumidores.
Contraponto
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Coleurb, que solicitou o encaminhamento das questões através de email. Até o fechamento da nossa edição impressa, não houve retorno.