Choveu, mas não alagou

Posição geográfica privilegiada de Passo Fundo e obras estruturantes em pontos críticos, eliminaram parte dos problemas causados pela falta de drenagem e canalização pluvial nas áreas baixas

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O aposentado Jones Marques mostra a foto tirada em 2001 quando as águas inundaram sua residência.O aposentado Jones Marques mostra a foto tirada em 2001 quando as águas inundaram sua residência.
O aposentado Jones Marques mostra a foto tirada em 2001 quando as águas inundaram sua residência.
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Junho foi marcado pelo recorde histórico de chuvas, fenômeno que desalojou quase 17 mil de pessoas por causa dos alagamentos em centenas de municípios gaúchos. O fenômeno, provocado pelo El Niño, fez 131 prefeituras decretar situação de emergência, além dos municípios de Barra do Guarita e Iraí, que estão em estado de calamidade pública. Passo Fundo registrou  o maior índice de precipitação da história para o mês de junho, segundo o observador meteorológico Ivegndonei Sampaio, da Estação Meteorológica da Embrapa Trigo/Inmet. Foram 20 dias de chuva no mês e o volume chegou a 285 mm, 150 acima da média, que é de 134 milímetros. Mas você sabe por que toda está água não causou alagamentos em Passo Fundo? Segundo especialistas, são vários motivos que contribuíram para evitar que uma catástrofe semelhante ao que ocorreu em municípios da nossa região ocorresse na nossa cidade.

O estreito Rio Passo Fundo

O Rio Passo Fundo é um dos formadores do Rio Uruguai, o mesmo que transbordou em Iraí. Mas, há grandes diferenças entre os dois rios. Segundo o professor e ecologista, João Grando, uma delas é o tamanho da calha, ou seja, a largura do rio na região urbana. Enquanto na região urbana de Passo Fundo, a largura dele varia entre três e 10 metros, em Iraí o Uruguai tem em média 700 metros de largura, o que faz a água acumular porque não há velocidade. “Em Passo Fundo, o rio faz um bom escoamento da água, especialmente na região central e urbanizada, porque é uma área mais alta, que chamamos de morro em coxilha, com bastante inclinação e onde a água corre em velocidade”, explica. Já na região não urbanizada do Rio, próximo a BR 285, as características mudam. “Esta região é uma planície, mais baixa, onde o Rio corre em curvas, logo perde velocidade e, ao encontrar com obstáculos - como vegetação e lixo - acaba transbordando. A vantagem é que nessa região, não temos residências”, explica. O Professor Antônio Thomé, da faculdade de Engenharia e Arquitetura da UPF, complementa com outra informação: “Não temos enchente porque estamos na cabeceira da bacia, onde não há ainda muitos contribuintes (rios, córregos) para dar vazão significativa”.

 

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