Carcaça de concreto

Material inflamável dos estabelecimentos e estrutura interna em madeira do prédio alimentaram o fogo por mais de cinco horas

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Os bombeiros passaram toda a quarta-feira se revezando no trabalho de rescaldo nos dois prédios atingidos pelo maior incêndio registrado na história de Passo Fundo. Foram mais de cinco horas de luta intensa para controlar as chamas. O efetivo, que chegou a contar com cerca de 100 homens, incluindo voluntários, passou a madrugada toda no local. 

Ontem, as equipes se revezaram em busca de restos de materiais para evitar o surgimento de novos focos. Dos três estabelecimentos atingidos, apenas a loja de tecidos estava com o alvará de prevenção e proteção contra incêndio vencido. À tarde, técnicos do IGP realizaram uma perícia externa nos dois prédios. Nos próximos dias, o IGP de Porto Alegre vai avaliar as condições internas de ambos.

Uma combinação entre o material inflamável armazenado no supermercado Moy e na loja LS cosméticos, juntamente com a estrutura toda em madeira do prédio, se transformou no combustível para alimentar as chamas durante tanto tempo. Um dos responsáveis por comandar as ações de combate, o major Volnei Ceolin também apontou a dificuldade de acesso ao interior do supermercado como outro ponto negativo. “Os prédios são divididos apenas por uma parede. Ficamos combatendo a fumaça na parte da frente do mercado, mas o fogo já havia tomado conta nos fundos. Não pudemos entrar porque a cobertura do estabelecimento começou a desabar. As chamas vinham dos fundos para a frente. Foi um trabalho muito complexo” explica.

Segundo ele, o supermercado ainda estava aberto quando o fogo iniciou. A sala de emergência do quartel dos bombeiros foi acionada às 19h10min. Somente através da perícia será possível identificar a causa do incêndio, no entanto, um possível problema na rede elétrica do estabelecimento surge como a mais provável. Conforme relato de um funcionário aos bombeiros, ele teria presenciado o momento em que uma lâmpada teria estourado e ‘espalhado o cheiro de queimado’ logo em seguida. “Somente com o laudo do IGP teremos condições de afirmar algo sobre as causas” disse Ceolin.
No prédio ao lado do supermercado, a loja de tecido instalada no terraço teve a parte dos fundos destruída. O teto de gesso desabou. Durante o combate, a estratégia dos bombeiros era evitar que as chamas passassem para o prédio ao lado, onde funciona um hotel. “Se isto acontecesse seria muito complicado, a construção também é bastante antiga e deve ter muita madeira” observou o militar. 

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