OPINIÃO

Fogo que é terror

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A cobertura do Jornal ON e de toda a imprensa foi exaustiva sobre o incêndio de proporções assustadoras que devastou dois edifícios no centro da cidade. Diante de tanta aflição que acometeu a comunidade desde as primeiras horas da noite de terça-feira, não há como se omitir na pauta. Os clarões sinistros eram vistos de longe, mesmo por quem não estava próximo à esquina da Bento Gonçalves com a General Osório, no prédio onde funcionou por muitos anos a Loja Ughini. Lembro que no final da década de cinqüenta era um edifício de referência, um dos maiores da cidade. Se não houve vítimas pessoais, é ponderação que nos ajuda a assimilar conseqüências de uma destruição que deixa marcas profundas, visíveis e na memória das pessoas atingidas pelas perdas materiais.

Vulcão de chamas
Enquanto a perícia investiga as causas do assombroso fato é preciso pensar e reconstruir o quanto possível. Impressionante demais para quem vive o entardecer no dorso da cidade, foi observar os prédios que resistirem a muitas décadas, subitamente devorados pelas chamas. Golfadas de fogo e fumaça toldavam os ares de tons lúgubres como nunca se viu. O volume e a voracidade do fogo indômito pareciam uma sena vulcânica.

Fragilidade
Todos atônitos, além do choque pela imagem assustadora, a inconformidade das pessoas atormentava: quanta fragilidade humana. Medo!

Solidariedade 
Pela manhã ainda fumegavam destroços entre escombros encharcados. Visão triste para qualquer olhar sensato. Mais uma vez foi notável a coragem dos bombeiros, que prestaram socorro com galhardia e eficiência, agindo tecnicamente para evitar que as chamas se alastrassem para outros prédios. A ação de defesa civil da prefeitura, RGE, CORSAN, as empresas da sociedade civil que agiram rápidas e com generosidade para ajudar no socorro, além das pessoas que serviram água para quem atuava próximo ao fogo, todos se uniram num gesto sublime de solidariedade. Mesmo lamentando a desgraça, este aspecto tem seu inegável valor. Todavia, momentos inusitados como este servem para mostrar presença inconseqüente de curiosos que dificultaram a mobilização. Isso prova que muitas pessoas são vulneráveis diante da própria falta de estrutura psicológica. Não é possível colocar a mera curiosidade acima de uma necessidade urgente no socorro. Embora explicável o excesso de curiosidade, a ocasião mostra que a descompostura de curiosos numa tragédia indica doença mental.

Reitoria
Reeleito reitor, Carlos Carles de Souza tomou posse com a nova diretoria da UPF. A solenidade assinala importância deste núcleo privilegiado de lideranças intelectualmente preparadas e cientificamente indispensáveis na sustentação do desenvolvimento regional.

Retoques:
* A presidente Dilma está agilizando protocolos com o presidente Putin da Russia. É forma de estimular parcerias que ajudam nosso avanço tecnológico, segurança nacional, além do que os russos são compradores da carne, o que interessa o estado gaúcho.
* Observadores mundiais percebem a insistência de movimentos nazistas. Na Alemanha, dois dos 16 estados tem representantes nazistas. A recente eleição do vereador militante do nazismo, Borchardt, para a câmara de Dortmund provocou manifestação de repúdio e também de apoio de alemães. E mais, há um clima de assédio a estrangeiros que procuram o país. Borchardt fez parte da torcida organizada do Borussenfront, o Dorussia de Dortmundt.
* O neonazismo é fator de atitudes cotidianas em toda parte. No Brasil já existia o cerne desta perversão desde a escravatura. Infelizmente ficaram resquícios!
* A novela Meu Pedacinho de Chão é uma bela contribuição da Rede Globo. Nela se discute a importância da escola e do professor para a economia, para o direito e justiça, para o trabalho, para a vida e para a morte.
* A modernidade resolve e facilita muito, mas não elimina o perigo. Há uma advertência séria sobre o perigo das baterias de lítio, quando ficam ao alcance das crianças. Invariavelmente elas levam à boca.

 

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